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Mônica Bergamo
bergamo@folhasp.com.br
PELA HORA DA MORTE
Champanhe e "bem-velado" em funeral VIP de R$ 40 mil
Julia Moraes/Folha Imagem
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A proprietária da Funeral Home, Milena Braga Romano, durante a inauguração do espaço para velório VIP, na Bela Vista
Pessoas sorrindo e bebendo
no velório? Foi assim a inauguração, na noite de anteontem,
da Funeral Home, divulgada
como "a primeira casa funerária de luxo de SP" -ainda, felizmente, sem clientes.
Entre flûtes de champanhe e
copos de uísque black label, os
convidados circulavam pelo casarão neocolonial de dois andares onde serão recebidos os futuros fregueses -a casa promete fazer até quatro funerais simultâneos, ao preço de até
R$ 40 mil. "Com certeza vai
voltar o glamour dos velórios. É
a última festa do falecido, então
por que não fazer uma despedida alegre?", diz a dona do empreendimento, Milena Romano, de vestido azul da Daslu. "É
melhor vir pra cá do que para o
cemitério do Araçá, que tem até
rato e você nunca sabe se entrou no velório certo."
Ela é herdeira do grupo ABC,
que tem negócios na área de
transporte, fast-food e um cemitério em Mauá, "uma coisa
new age, com pirâmide, cachoeira", nas palavras da socialite Perla Naum, organizadora
do coquetel de lançamento-
que teve purê de mandioquinha com ovas de salmão e nhoque com mascarpone, berinjela
e parmesão, pratos do bufê
França, que firmou parceria
com a casa. "Mas também dá
para chamar o Toninho [Mariutti] ou, se o defunto for moderno, a Neka [Menna Barreto]", esclarece Perla.
O velório básico, com direito
a café, chá, água e bolachas doces e salgadas, custa R$ 4.000.
O mais caro, para fechar a casa
com exclusividade, sai dez vezes mais caro. "O preço pode
até ser pela hora da morte. Mas
tem gente que vai querer", diz
Milena Romano. Quem, por
exemplo? "Não vou dizer! Não
vou matar quem está vivo!" E
quem não entra ali nem morto?
"É proibido proibir. Detesto
discriminar, rotular, estigmatizar", diz Perla Naum. "Querendo nosso serviço, estamos de
portas abertas" diz a empresária Milena Romano.
As quatro salas de velório
têm nome de cidades. Na "São
Paulo", há sofás de camurça, lareira e um anexo externo com
mesas, cadeiras de madeira e
ombrelones. Na "Roma", predomina o vermelho das poltronas. Os móveis da "Paris" são
forrados por tecidos adamascados e shantung. "Nova York"
tem saída para uma varanda,
com elevador, por onde também passará o caixão para que
ninguém o veja. Perla chama as
áreas de convivência de "sala
do teretetê, porque a pessoa
não vai ficar o tempo todo em
cima do falecido".
Roberto Egydio Martins, diretor da A.S. Vitae, corretora de
seguros, e filho de Paulo Egydio, ex-governador de SP, se dizia encantado. "Isso aqui é maravilhoso. Vou incluir esse funeral nas apólices de seguro de
vida acima de R$ 500 mil". A
vereadora Mara Gabrilli, candidata à reeleição pelo PSDB,
passeia entre "São Paulo" e
"Roma" escoltada por três amigas que distribuem seus santinhos. "Sou amiga da Milena
desde pequena e ela vai mudar
o conceito de morte em SP, vai
deixar o velório uma coisa fashion", diz. Para ela, o local pode
até não despertar o desejo de
voltar, "mas, se tiver que voltar,
melhor aqui do que naqueles
subsolos de hospitais".
"Quero ser o primeiro [a ser
velado], mas vou ter que contratar os figurantes do Silvio
Santos, porque não tenho prestígio para trazer nem cinco pessoas", dizia o corretor Ricardo
Capote Valente Neto, amigo da
família de Milena e também de
Perla Naum. "O morto ficará feliz de ver todo esse conforto".
Perto dele, uma TV de plasma,
que nos dias de velório poderá
mostrar fotos e imagens do falecido, exibe um vídeo em que
Sarah Brightman e Cliff Richard cantam a música do
"Fantasma da Ópera".
O corretor diz que já escolheu a trilha de seu funeral e
emenda uma paródia do clássico de Pepino Di Capri: "Champanhe, pra beber no enterro/
Me vê um salgadinho pequeno/
Café, só depois de amanhã...".
Na saída, os convidados recebem, como lembrança, bem-casados embrulhados em papel
preto, que Milena, de improviso, batiza de "bem-velado".
TALHER
Está aberta a temporada de
jantares da sucessão paulistana. Depois do de Geraldo Alckmin, com convites a R$ 1.000, o
presidente do Jockey, Márcio
Toledo, está convidando empresários e intelectuais para
comes e bebes em torno de
Marta Suplicy (PT-SP).
EU FUMO SIM
Além de lançar uma ação publicitária com o slogan "Presidente, venha para o GAT", os
médicos ligados ao grupo de
apoio ao tabagista do Hospital
A.C. Camargo, o Hospital do
Câncer, aventaram a possibilidade de convidar Lula para, de
fato, fazer um tratamento e largar o cigarro. Em entrevista coletiva em que fumava, Lula defendeu que o cigarro fosse liberado em lugares públicos pois
só quem fuma é "viciado". As
sessões de terapia em grupo do
GAT são semanais e custam
R$ 150. O SUS não cobre o tratamento.
MÚLTIPLA ESCOLHA
Caso o presidente concordasse em se tratar, ele passaria
pelo teste de Fageström, em
que os médicos definem se o
paciente tem dependência leve,
moderada ou grave de cigarro.
O fumante tem que responder a
seis perguntas como "quanto
tempo depois de acordar você
fuma o primeiro cigarro" e "você acha difícil não fumar em locais públicos como igrejas, cinemas, ônibus, hospitais, escolas, etc?". Lula fuma no Palácio
do Planalto, apesar de decreto
que proíbe cigarro na sede do
governo.
À MEIA-NOITE...
A TV Brasil terá um debate
entre os candidatos a prefeito
de SP. A rede pública vai gravar
um evento da ONG Nossa São
Paulo, que reunirá os políticos
no dia 9, para discutir educação. O encontro será exibido na
íntegra, à meia-noite.
DATA MARCADA
Durante discurso na estréia
da São Paulo Companhia de
Dança, no teatro Sérgio Cardoso, anteontem, o governador
José Serra pediu agilidade ao
secretário da Cultura, João Sayad, na construção do Teatro
da Dança, sede definitiva do
grupo de balé, na região da Luz.
"Porque, afinal de contas, a
gente precisa inaugurar alguma
coisa antes do fim do mandato", disse Serra. Detalhe: a obra
na praça Júlio Prestes está prevista para ser entregue em 2011
-um ano depois do fim do
atual mandato do governador.
VÔO
A designer de jóias Bibiana
Paranhos se prepara para desembarcar em NY. Em outubro, ela abre ateliê na avenida
Madison. Desde que fez as lembrancinhas do casamento de
Athina Onassis e a coroa de noiva de Luciana Gimenez, Bibiana passou a ter clientela internacional. Nos EUA, suas tiaras
de prata custarão US$ 2.500.
com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO
CURTO-CIRCUITO
MAURICIO EUGENIO , presidente do Grupo Eugenio, dará
palestra na terça-feira, no 1º Seminário Imobiliário da
Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil.
RUY MARRA , especialista em gestão emocional, dá palestra
sobre "Como Vencer o Medo e Administrar o Estresse", no
Congresso Mundial de Turismo de Aventura.
SALOMÃO SCHVARTZMAN estréia hoje, às 22h, na rádio
Bandeirantes, o programa "Sábado de Classe".
DULCE AURIEMO lança hoje o livro-CD "Castelinho Mágico de
Trovas", na Livraria da Vila do shopping Cidade Jardim.
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