São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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Fiel às origens, Branford Marsalis faz tributo ao jazz

Músico, que toca hoje em SP, fala que há falta de novos talentos no gênero

"Maior parte do 'jazz' do século 21 já não soa como jazz", diz o saxofonista, que se apresenta em quarteto

MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

Do quarteto liderado pelo saxofonista Branford Marsalis, que se apresenta hoje à noite no teatro Bradesco, em São Paulo, não se pode esperar menos do que um concerto de jazz autêntico e de primeira -algo cada vez mais raro nesta música.
Branford, 51, já dividiu o palco com monstros sagrados como Miles Davis, Herbie Hancock e Sonny Rollins. Primogênito do poderoso clã familiar composto pelos irmãos Wynton (trompetista), Delfeayo (trombonista) e Jason (baterista), todos filhos do pianista Ellis, ele questiona os rumos do gênero em entrevista à Folha.
"A maior parte do 'jazz' do século 21 já não soa como jazz", critica ele. "Infelizmente o talento está em falta. Hoje, todos aprendem a harmonia da música, a melodia, mas acabam se apegando às 'fórmulas mágicas' que a tecnologia proporciona. É mais computador e menos instrumento. Não capturam realmente a essência do som", explica. E prossegue: "Eles citam várias influências, mas já não ouvem jazz. Então, quando você escuta a música deles, percebe muitas coisas, mas não o jazz".
A música de Branford Marsalis cruza referências modernas e é também cheia de influências, mas certamente soa como jazz e paga tributo às raízes do gênero.
Dentro de uma formação tradicional de baixo (Eric Revis), bateria (Justin Faulkner), piano (Joey Calderazzo) e sax, o quarteto toca há mais de dez anos junto. Há um apuro na sonoridade, na composição dos temas, que remete a uma fusão com o erudito. E muito espaço para as elaboradas improvisações de Marsalis.
Músico versátil com mais de duas dúzias de CDs lançados, vencedor de três Prêmios Grammy, Marsalis também já fez blues, funk e erudito -como solista à frente de grandes orquestras como as de Chicago e de Detroit, em repertórios incluindo Copland, Debussy e Glazunov.
Sobre a música brasileira, cita parcerias com Dori Caymmi e com o maestro Gil Jardim e elogia Villa-Lobos. De Caetano Veloso, diz: "Nem preciso entender o que ele canta para apreciar sua música". Marsalis tem um selo próprio pelo qual lança CDs seus e de outros. Também trabalha em projetos sociais de educação musical, com foco no ensino de jazz.

BRANFORD MARSALIS
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Teatro Bradesco (shopping Bourbon - r. Turiassu, 2.100, tel. 0/xx/11/3670-4100)
QUANTO de R$ 20 a R$ 150
CLASSIFICAÇÃO 10 anos


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