São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2008

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Patricia Stavis/Folha Imagem
A artista Sheila Mann Hara apresenta os pratos libaneses que servirá no Studio 768

Arte na cozinha

Bolinho de carne com molho de jabuticaba

Habituada a cozinhar para os amigos em seu apartamento, no bairro de Higienópolis, a artista plástica Sheila Mann Hara fará sua primeira incursão a uma cozinha profissional no dia 11, no Studio 768. Nascida em Beirute, Sheila diz ter uma "relação muito sensorial e afetiva" com a comida do Líbano, de onde saiu aos 13 anos para nunca mais voltar -viveu cinco anos em Israel e depois veio para o Brasil.
No espaço alternativo da chef Carla Pernambuco, ela montará uma mesa com mezzés -as entradinhas libanesas- e servirá seus famosos bolinhos de carne com molho de jabuticaba para 20 clientes. Será sua única "apresentação" e as reservas poderão ser feitas no restaurante Carlota. Preço do jantar: R$ 250.

 

Aluna do artista plástico Carlos Fajardo, Sheila levou a paixão pela comida à arte. Depois de sofrer um AVC, há seis anos, começou a produzir curtas que integram o fazer artístico ao culinário. Sheila conversou com a repórter Janaina Fidalgo.
 

FOLHA - De onde vem o interesse pela cozinha libanesa?
SHEILA MANN HARA
- Minha mãe era uma grande cozinheira e eu sempre fui muito apegada a ela. O que ela fazia na cozinha, eu estava lá, presente.

FOLHA - E a comida influencia seu trabalho como artista plástica?
SHEILA
- Anos atrás eu tive um AVC, fiquei paralisada do lado esquerdo e acabei deixando a pintura de lado e partindo para outra prática de arte. Comecei a trabalhar com instalação e tenho feito vídeos curtas-metragens sobre memórias do Líbano. Todos têm algo a ver com a culinária. Nos primeiros, a comida entrou de uma maneira meio agressiva: carnes, vísceras. Eles expressavam um momento, foi logo depois do meu derrame. Ainda estava muito mexida com isso, não tinha digerido o assunto. Então tudo aparecia de uma maneira mais crua. Este terceiro, que estou editando agora, tem outra cara. Já está bem processado, porque a ferida cicatrizou.

FOLHA - E o que acha da idéia de cozinhar "fora", extrapolar os limites da cozinha de sua casa?
SHEILA
- Estou lisonjeada, achando maravilhoso. Cozinhar é um ato generoso.

FOLHA - Nunca pensou em ter um restaurante de comida libanesa?
SHEILA
- Teve uma época em que eu pensei nisso. Mas quando um chef monta um restaurante, ele acaba indo menos para a cozinha e ficando mais na parte administrativa. Perde esse contato com a comida. Prefiro cozinhar para os meus amigos do que ter um restaurante em que eu não cozinhe mais.

FOLHA - Pedem muito receitas?
SHEILA
- Sim. Às vezes dou; outras, não. Dou para quem vai fazer mesmo. É uma maneira de perpetuar, de passar adiante.

FOLHA - Depende da pessoa ou da receita?
SHEILA
- Ah... Depende da pessoa [risos]. E eu tenho tudo de cabeça. De fazer tantas vezes, para mim já está incorporado. Não sei redigir uma receita.

HAJA FÔLEGO

Em cartaz com a peça "A Reserva", no teatro Cosipa, e com "Lenya", no Sesc Paulista, a diretora teatral Regina Galdino não se dá por satisfeita; na sexta-feira passada, estreou também no teatro Arthur Azevedo, onde fica até dezembro com o espetáculo "Trieiros".

NOVA DIREÇÃO
De saída do comando da Trevisan, uma das mais tradicionais empresas de auditoria do país -ele vai doar 90% de suas ações aos sócios -, Antoninho Marmo Trevisan pode montar uma empresa de rating para avaliar empresas brasileiras.

DA TERRA
A sugestão foi dada a ele por Joesley Mendonça Batista, da Friboi. Trevisan gostou da idéia. A vantagem é que ele avaliaria as empresas conhecendo de perto a realidade brasileira. Hoje as companhias nacionais recebem notas de analistas sediados bem longe do país.

UM TEMPO
Há mais de 15 dias a primeira-dama, Marisa Letícia, não aparece em Brasília. Há quem diga que ela esteja um tanto cansada da cidade. Os familiares dela dizem que, na verdade, Marisa estava engajada na campanha eleitoral do filho Marcos, candidato a vereador por São Bernardo do Campo.

COLO
José Dirceu (PT-SP) desembarcou de Moçambique na quinta, e deu "colo" a Evanise Santos, sua namorada, que trabalha no Palácio do Planalto e organizou a festa em que as secretárias receberam brindes como passagens aéreas, hospedagens e lingeries. "Pelo menos eu fiz 300 mulheres felizes numa noite", diz ela. Evanise afirma que a festa foi feita para "valorizar o servidor".

CASQUINHA
O caso Isabella Nardoni desperta tantas paixões que já são três os habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, acusados de assassinar a menina, sejam libertados. Dois deles foram impetrados por pessoas que nada têm a ver com o caso. O ministro Joaquim Barbosa considerou os pedidos prejudicados.

LONGA ESPERA
E os filhos do casal Nardoni, Pietro, 3, e Cauã, 1, estão sob a guarda provisória dos avós maternos. A Justiça não permite que eles visitem os pais.

HOMENAGEM
Terá toque bem brasileiro o DVD ao vivo que Diana Krall grava no Rio no fim do mês. No repertório estão previstas as versões em inglês de "Corcovado" e "Garota de Ipanema" e outras canções em ritmo de bossa nova.

RENDIÇÃO
Conhecido por seu trabalho no mundo da alta gastronomia, o chef Laurent Suaudeau se prepara para desembarcar pela primeira vez em um shopping center. Em novembro, ele abre no Market Place a primeira filial da sorveteria Vipiteno. No cardápio cinco estrelas, doces e sorvetes especiais criados pelo mestre.

VER CRISTINA
No livro "Dez! Nota Dez! - Eu Sou Carlos Imperial", que a Matrix Editora lança no fim do mês, o autor Denilson Monteiro desmente a lenda de que "Cristina", música que o biografado fez com Tim Maia, foi inspirada em uma empregada escultural. A verdade é que Imperial, quando hospedava jovens artistas em casa, não permitia o uso de drogas lá dentro. Um deles, quando queria sair para fumar maconha, dizia que iria passear com "uma amiga, a Cristina". Sem desconfiar do código, Imperial começou a pedir para conhecer a moça. E criou com Tim o refrão "Vou ver Cristina".

GARFO E FACA
A obra criada pelo artista plástico argentino Leon Ferrari deverá ser a grande estrela do 11º leilão "Pratos para a Arte", que acontece no dia 14 de outubro, em São Paulo, em prol do Museu Lasar Segall. A expectativa é que seu valor ultrapasse os R$ 12 mil alcançados pelo prato feito por Carmela Gross no ano passado.

MARGENS PLÁCIDAS
A cantora Elza Soares vai cantar o Hino Nacional na entrega da Ordem do Mérito Cultural, amanhã, no Teatro Municipal do Rio. Ela será uma das personalidades condecoradas pelo presidente Lula.

ESPELHO
Uma sondagem feita na internet pelo site Comunique-se, voltado a jornalistas, deu resultado inverso ao das urnas. Marta Suplicy teve 19,8% dos votos dos 2.000 profissionais que responderam à consulta -e estava disparada na frente, com mais de 30%, nas pesquisas gerais. Já Gilberto Kassab teve os mesmos 27% de que gozava nas pesquisas gerais.

CURTO-CIRCUITO

O JORNALISTA Reinaldo Azevedo lança amanhã "O País dos Petralhas" (Editora Record), na livraria Cultura do shopping Villa-Lobos. A partir das 19h30.
CAROLINA CHAGAS lança amanhã "O Livro dos Santos" (Publifolha), na Livraria da Vila (rua Fradique Coutinho, 915). O evento acontece das 18h30 às 21h30, no piso térreo.
A TRADITIONAL JAZZ BAND toca na sexta, no Senac Consolação, com palestra do criador do grupo, Cidão Lima. Livre. A TREVISAN , presidida por Antoninho Marmo Trevisan, completa 25 anos com festa hoje, no Citibank Hall.
O EMPÓRIO 167 sedia leilão de arte com 60 obras de artistas como Tomie Ohtake, Carybé e Aldemir Martins, na Mooca.
O "MOSAICO NA TV" completa 47 anos com o lançamento de um documentário, hoje à noite, no Centro da Cultura Judaica.
AILTON GRAÇA e Seu Jorge participam do lançamento do clipe "Falso Advogado", do grupo Dose Certa, no Bar Samba.

com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO


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