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Brasil será tema do Midem 2003
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil será o país-tema e o
principal homenageado da edição
2003 do Midem, o maior evento
anual da indústria fonográfica
mundial, que acontece em janeiro
em Cannes, na França.
É a primeira vez que isso acontece desde a criação da feira de negócios musicais, há 37 anos. O
Brasil terá local privilegiado para
exposições e monopolizará a noite de abertura dos shows que
acompanham a feira, com apresentação de oito artistas ainda
não definidos.
Anunciada anteontem no consulado francês em São Paulo, com
presença da diretora-geral do Midem, Dominique Leguern, a participação brasileira foi negociada
pela associação Brasil Música e
Artes (BM&A), que é ligada à Associação Brasileira de Música Independente (ABMI) e se direciona a ações do mercado brasileiro
independente no exterior.
"Foi uma surpresa, a BM&A só
tem um ano de idade e já conseguiu gerar uma ação dessa amplitude. Disputamos ser o país-tema
do Midem com Inglaterra e Irlanda, e acho que ganhamos pela força da música brasileira e pelo ineditismo dessa homenagem na história da feira", afirmou o presidente da entidade, José Carlos
Costa Netto.
Também presente, o cônsul
francês em São Paulo, Jean-Marc
Laforêt, sublinhou o ineditismo:
"Eu achava que o Brasil havia sido
convidado várias vezes ao Midem, porque é um dos principais
países do mundo na música. Fiquei surpreso ao saber que é o primeiro convite. Isso vai fortalecer a
MPB nos mercados musicais".
Dominique Leguern, falando
pelo Midem, afirmou que a escolha do país como tema do evento é
"um passo decisivo para o Brasil",
mas preferiu destacar a atual crise
da indústria fonográfica mundial.
"Não preciso dizer o quanto o
mercado está difícil. Todos os
mercados do mundo hoje sofrem
com a pirataria, e por isso mais
que nunca temos que sair de nossas próprias fronteiras e ir ao encontro de novas culturas", afirmou a diretora.
Uma comissão foi constituída
para selecionar entre os independentes os oito artistas que comporão a delegação brasileira para os
shows. Definindo Tom Zé como o
nome de seus sonhos para liderar
a noite, Costa Netto diz que se estuda também a possibilidade de a
noite ser conduzida por um "mestre-de-cerimônias" vindo da
grande indústria -cita Gilberto
Gil e Lenine como exemplos.
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