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TELEVISÃO
Crítica
Jerry Lewis se desprende do nexo e reúne gags
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Como Jerry Lewis sempre
fez o papel do bobo da história,
todo mundo de certa forma
achava que ele era meio bocó,
que nem seu personagem, o garotão eterno.
Daí a surpresa que foi "O
Mensageiro Trapalhão" (TC
Cult, 16h10; livre). No prólogo,
alguém anuncia que este é um
filme sem pé nem cabeça. Foi a
solução que Jerry inventou para a produção engolir o filme.
O estúdio achava que aquilo
não fazia sentido. Era uma sequência de gags em torno de
um mensageiro de hotel. Não
havia propriamente uma história, o que era obrigatório naquela época.
Breve, Jerry já começou na
vanguarda. Não porque não
soubesse o que fazer num set.
Sabia muito bem. Mas já começava aqui a desenvolver seu
gosto por personagens múltiplos, pelo descompromisso
com a famosa "coerência psicológica do personagem".
A propósito: no Canal Brasil,
0h45, hoje é dia de filme francês: "Hiroshima Meu Amor"
(não indicado a menores de 14
anos), uma história de amor
impossível de Alain Resnais.
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