São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cinemateca irá receber biblioteca do Lasar Segall

Coleção com 500 mil volumes deixará museu em 2011, dando lugar para a ampliação do espaço expositivo

Custo da mudança é estimado em R$ 10 mi; títulos de artes plásticas e os que pertenciam a Lasar ficam onde estão

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

Em 2011, uma das mais importantes bibliotecas de São Paulo, a Jenny Klabin Segall, vai mudar de residência.
Com mais de 500 mil volumes em quatro áreas -cinema, espetáculo (teatro, dança, circo, ópera), rádio e televisão e fotografia-, ela será transferida do Museu Lasar Segall para a Cinemateca Brasileira. As duas instituições são vinculadas ao Ministério da Cultura.
A operação foi aprovada na reunião do conselho deliberativo do museu, em 22/11. "Há alguns anos, o conselho havia decidido que era preciso retirar a biblioteca, para se ampliar o espaço expositivo do museu. Chegou-se a aprovar a transferência para a Funarte, que não conseguiu definir um espaço adequado. Quando a Cinemateca mostrou interesse, voltamos à discussão", diz Jorge Schwartz, diretor do museu.
"Para nós, essa foi uma decisão tomada após muita reflexão, pois ela significa que a Cinemateca vai aumentar sua área de atuação. O apoio do ministro Juca Ferreira (Cultura) foi fundamental para esse reposicionamento", conta Carlos Magalhães, diretor da Cinemateca.
Ele é, aliás, um profundo conhecedor do acervo que será incorporado à Cinemateca, já que trabalhou por 18 anos no Museu Lasar Segall, entre 1984 e 2002.
Além dos cerca de 500 mil volumes, a transferência inclui também os três bibliotecários que cuidam do acervo no museu. "Não faria sentido trazer isso tudo para cá, sem a presença deles, que conhecem tudo o que existe na biblioteca", diz o diretor.
No total, Magalhães estima que serão necessários cerca de R$ 10 milhões para acondicionar o novo acervo, prevendo inclusive a construção de um espaço. Por ora, a orientação é realizar a mudança, mesmo que provisoriamente, o mais rápido possível, para liberar os 400 m2 que a biblioteca ocupa no Museu Lasar Segall.
"Já está criado um grupo de trabalho das duas instituições para organizar a mudança. Não vai dar para colocar tudo nas prateleiras agora, mas faremos o melhor possível", diz Magalhães.
No museu, permanecerão apenas os livros que pertenciam a Lasar Segall (1891-1957) e aqueles ligados às artes plásticas. "Com isso, vamos reforçar o museu como um centro de referência sobre o expressionismo, tanto brasileiro quanto internacional, e do modernismo", afirma Schwartz.


Texto Anterior: Crítica choro/jazz: Jericoacoara oferece música à altura da paisagem em festival
Próximo Texto: Acervo volta para casa que o abrigou na década de 1940
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.