São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

Boorman flerta com instabilidade de 1967

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"À Queima-Roupa" (TCM, 22h, 12 anos) começa com o delírio pré-morte de Walker (Lee Marvin), baleado e caído no chão de uma cela.
Dali mesmo, ele tenta recobrar a memória. Saberemos que um amigo convidou Walker e sua mulher para participarem de um assalto e que, depois, ele foi traído pelos dois. Sobrevivendo, empreenderá sua vingança.
No caso, é isso que intuímos. Porque, assim como a primeira imagem, desfocada, desta obra-prima de John Boorman, as coisas não nos chegam muito claras. Será que é real essa caçada aos traidores? Ou seria um devaneio de um homem agonizante?
Claro mesmo é que seu de- senrolar parece atender a uma lógica que escapa ao controle do protagonista, que supostamente tem bem acertado o caminho a seguir na trama.
Boorman flerta com o cinema francês dos anos 60, mas olha, sobretudo, para o que há de instável e alucinado no mundo de 1967, o da Guerra do Vietnã, do assassinato de Che Guevara e dos cosmonautas se destroçando em plena corrida espacial.


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