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TELEVISÃO
Crítica
Boorman flerta com instabilidade de 1967
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"À Queima-Roupa" (TCM,
22h, 12 anos) começa com o delírio pré-morte de Walker (Lee
Marvin), baleado e caído no
chão de uma cela.
Dali mesmo, ele tenta recobrar a memória. Saberemos
que um amigo convidou Walker e sua mulher para participarem de um assalto e que, depois, ele foi traído pelos dois.
Sobrevivendo, empreenderá
sua vingança.
No caso, é isso que intuímos.
Porque, assim como a primeira
imagem, desfocada, desta obra-prima de John Boorman, as
coisas não nos chegam muito
claras. Será que é real essa caçada aos traidores? Ou seria
um devaneio de um homem
agonizante?
Claro mesmo é que seu de-
senrolar parece atender a uma
lógica que escapa ao controle
do protagonista, que supostamente tem bem acertado o caminho a seguir na trama.
Boorman flerta com o cinema francês dos anos 60, mas
olha, sobretudo, para o que há
de instável e alucinado no
mundo de 1967, o da Guerra do
Vietnã, do assassinato de Che
Guevara e dos cosmonautas se
destroçando em plena corrida
espacial.
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