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VINHO
Região de Toro, na Espanha, produz goles rubros vigorosos
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Toro é uma das jovens denominações de origem de vinhos
da Espanha. A região, encravada no noroeste da península, foi
criada em 1987. É também uma
das menores em matéria de vinhedos. Abriga apenas 8.000
hectares deles, cifra minúscula
para um país que está entre os
maiores produtores de uvas e vinhos do planeta.
Lá, há brancos e rosados, porém a especialidade daquele
canto são os rubros, principalmente os de uva tempranillo
(chamada tinta de toro no lugar). Mas, se em Rioja, onde a
cepa também é a estrela, ela
molda vinhos que primam pela
elegância, em Toro, de clima
mais cálido, dá forma a goles mais vigorosos.
É precisamente esse o perfil
dos vinhos da Gil Luna, uma jovem e pequena adega familiar,
com cerca de nove anos de vida
e dez hectares de vinha). Vale a
pena conferir os seus StraBon,
um trio de tintos modernos e
bem estruturados elaborados
apenas com tempranillo. Na
base (mas no topo, em custo-beneficio), está o Bronce, um
2006 atraente no nariz e na boca pelos tons balsâmicos e de cereja, com final levemente tânico (87/100, R$ 42,10).
Igualmente encorpado, o
Plata 2004, um Crianza (com
estágio de 12 meses em barricas
de carvalho francês e americano) exibe toques de baunilha e
tabaco deixados talvez pela madeira, temperando o sabor,
bastante persistente, marcado
por frutas vermelhas (88/100,
R$ 65,55). Já o Oro, safra 2001,
um Reserva com passagem
mais prolongada (18 meses) pelo mesmo tipo de barril, mostra
mais maturidade no aroma (folhas secas, torrefação) e no paladar, denso e longo, que agrada
pelas fortes pinceladas de
framboesa e pela a boa acidez (89/ 100, R$ 90,25, na Decanter, tel. 0/xx/11/3073-0500).
jcarrar@attglobal.net
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