|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COPIÃO
Fora do Oscar, "Cidade de Deus" não dá lucro
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
"A não-nomeação me tirou a
única oportunidade que teria de
ganhar algum dinheiro", diz
Fernando Meirelles, diretor de
"Cidade de Deus", o longa brasileiro ignorado pela Academia de
Hollywood nas indicações ao
Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano.
Em 2002, o filme rendeu R$ 18
milhões nas bilheterias brasileiras, com 3,1 milhões de espectadores. Seu custo não chegou a
R$ 7 milhões. Em países como
Inglaterra e Estados Unidos, repetiu o êxito de bilheteria.
Meirelles afirma que duas circunstâncias o impedem de pôr a
mão no lucro do filme. "Com os
3 milhões de espectadores no
Brasil, paguei o adiantamento
de bilheteria e os custos de comercialização."
Do que se arrecada no exterior, a distribuidora internacional do filme (Miramax) reinveste em propaganda a parte que
poderia sobrar para o diretor,
que produziu o longa com sua
O2 Filmes. "Meus contratos são
absolutamente leoninos para o
lado de lá."
Meirelles imaginou que o dinheiro de "Cidade de Deus" fosse fazer volume em sua conta com o relançamento do filme no
Brasil, que ocorreria com a indicação ao Oscar.
Agora, as chances de lucro para o diretor estão na venda do
DVD, que deve ser lançado em
abril, com farto recheio de extras. "Mas quem vai querer ter
um DVD de "Cidade de Deus" em casa?", indaga o diretor.
TIPO EXPORTAÇÃO
Com a carreira de "Deus É
Brasileiro" garantida no Brasil,
o cineasta Cacá Diegues viajou
para Nova York no Carnaval.
Foi mostrar o filme aos
executivos da Sony Classics,
que tem prioridade na
distribuição internacional do
longa. Em maio, Diegues deve
lançar aqui o diário de
filmagens, com registros dos 18
mil km percorridos.
REPLAY
O acordo de cooperação que
Brasil e Argentina assinam na
semana que vem, no Festival
de Cinema de Mar del Plata, é o
segundo em três anos. O
protocolo de intenções
firmado entre os dois países,
em 2000, na prática, ficou só
nas intenções.
A REGRA DO JOGO
Novo proprietário do Cine
Belas Artes, o cineasta e
distribuidor André Sturm
prepara uma estratégia para
reconquistar o espectador
exigente. Quando estiver
concluída a reforma das seis
salas, ele colocará em cartaz,
apenas no Belas Artes, uma
sequência de títulos inéditos
incontornáveis para cinéfilos.
O belga "O Filho", dos irmãos
Dardenne, deve abrir a fila.
OUVIDOS MOUCOS
O público de São Paulo não
atendeu aos apelos do diretor
gaúcho Renato Falcão para
conferir (sem prejulgar como
filme chato) seu "A Festa de
Margarette" -produção muda e em preto-e-branco. A
bilheteria do longa patina.
Texto Anterior: Stereo total Próximo Texto: DVD/Lançamentos: Pantaleão e as Visitadoras Índice
|