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São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2003

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COPIÃO

Fora do Oscar, "Cidade de Deus" não dá lucro

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

"A não-nomeação me tirou a única oportunidade que teria de ganhar algum dinheiro", diz Fernando Meirelles, diretor de "Cidade de Deus", o longa brasileiro ignorado pela Academia de Hollywood nas indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano.
Em 2002, o filme rendeu R$ 18 milhões nas bilheterias brasileiras, com 3,1 milhões de espectadores. Seu custo não chegou a R$ 7 milhões. Em países como Inglaterra e Estados Unidos, repetiu o êxito de bilheteria.
Meirelles afirma que duas circunstâncias o impedem de pôr a mão no lucro do filme. "Com os 3 milhões de espectadores no Brasil, paguei o adiantamento de bilheteria e os custos de comercialização."
Do que se arrecada no exterior, a distribuidora internacional do filme (Miramax) reinveste em propaganda a parte que poderia sobrar para o diretor, que produziu o longa com sua O2 Filmes. "Meus contratos são absolutamente leoninos para o lado de lá."
Meirelles imaginou que o dinheiro de "Cidade de Deus" fosse fazer volume em sua conta com o relançamento do filme no Brasil, que ocorreria com a indicação ao Oscar.
Agora, as chances de lucro para o diretor estão na venda do DVD, que deve ser lançado em abril, com farto recheio de extras. "Mas quem vai querer ter um DVD de "Cidade de Deus" em casa?", indaga o diretor.

TIPO EXPORTAÇÃO
Com a carreira de "Deus É Brasileiro" garantida no Brasil, o cineasta Cacá Diegues viajou para Nova York no Carnaval. Foi mostrar o filme aos executivos da Sony Classics, que tem prioridade na distribuição internacional do longa. Em maio, Diegues deve lançar aqui o diário de filmagens, com registros dos 18 mil km percorridos.

REPLAY
O acordo de cooperação que Brasil e Argentina assinam na semana que vem, no Festival de Cinema de Mar del Plata, é o segundo em três anos. O protocolo de intenções firmado entre os dois países, em 2000, na prática, ficou só nas intenções.

A REGRA DO JOGO
Novo proprietário do Cine Belas Artes, o cineasta e distribuidor André Sturm prepara uma estratégia para reconquistar o espectador exigente. Quando estiver concluída a reforma das seis salas, ele colocará em cartaz, apenas no Belas Artes, uma sequência de títulos inéditos incontornáveis para cinéfilos. O belga "O Filho", dos irmãos Dardenne, deve abrir a fila.

OUVIDOS MOUCOS
O público de São Paulo não atendeu aos apelos do diretor gaúcho Renato Falcão para conferir (sem prejulgar como filme chato) seu "A Festa de Margarette" -produção muda e em preto-e-branco. A bilheteria do longa patina.


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