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entrevista
Frontalot vê o "nerdcore" como política
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2000, o norte-americano Damian Hess estava sentado em frente ao
computador, escrevendo
algumas músicas, quando
concluiu que: "Um rapper
cuja única audiência é
uma figurinha colada no
alto de seu monitor é tão
"nerdy" que ele só pode ser
um "nerdcore'".
Foi assim que Hess, 33,
mais conhecido pelo codinome MC Frontalot, inventou esse subgênero do
rap, que se espalhou pelos
Estados Unidos e hoje já
tem representantes em
países como Canadá, Austrália e Reino Unido.
Frontalot é um típico
CDF e cultiva sua "nerdice" no visual -branquelo,
careca, óculos fundo de
garrafa- e nas músicas.
"Rimo sobre tudo o que
gosto. Como passo 90% do
meu tempo em frente ao
computador, muitos de
meus interesses se relacionam com isso: aventuras de games, e-mails nigerianos de spam, pornografia on-line e minhas HQs
favoritas da web, "Achewood" e "Penny Arcade'",
diz ele, que lança o terceiro disco em abril.
Para Frontalot, ser um
"nerdcore" é quase que
uma atitude política.
"Acho que é um pouco como desafiar o fato de que,
supostamente, não estaríamos aqui, no palco, habitado pelo "mundo das
crianças cool'", acredita.
Segundo ele, ser "cool"
(legal) é uma questão de
"identidade" e exclui todos os que não são "cool".
"É o que acontece conosco: éramos identificados
com o que não era "cool",
classificados como "nerds",
e excluídos da esfera social
das outras crianças. Mas,
agora, os papéis estão potencialmente mudando.
Ou, no mínimo, as crianças "cool" não terão mais o
poder de nos fazer sentir
mal. Nós podemos de fato
nos unir e ter nossa própria esfera social, repleta
de superstars", diz.
Fã de hip hop, o "nerdcore" torce para um dia estar no mesmo nível de artistas que admira, como
Dr. Octagon, MF Doom,
Busdriver e Mos Def.
"Espero que minhas
músicas sejam vistas sob a
mesma luz que a desses
rappers", diz. "Mas ainda
tenho de melhorar em
muitos aspectos."
(AFS)
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