São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

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Globo terá de apresentar íntegra de depoimento de doméstica

Justiça quer ver declaração sobre orgasmo de "Páginas da Vida"

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A juíza Adriana Costa dos Santos, da 19ª Vara Cível do Rio, condenou a TV Globo a apresentar em juízo a íntegra de um depoimento levado ao ar na novela "Páginas da Vida" (2006/2007), de Manoel Carlos, em que a doméstica Nely Passos aparecia dizendo que se masturbava.
No final de cada capítulo dessa novela, era exibido o depoimento de uma pessoa comum sob os mais diversos assuntos. Em uma versão editada, Passos contava como chegara ao orgasmo pela primeira vez na vida, aos 45 anos, enquanto ouvia uma música de Roberto Carlos.
Segundo a Justiça, o depoimento tinha, na íntegra, duração de 90 minutos, mas foi editado, causando constrangimento a Passos, que assistia ao programa na companhia de amigos e familiares.
Segundo a doméstica, ela foi procurada em seu local de trabalho com a proposta de gravar um depoimento para ser exibido na novela. Se ele fosse veiculado, Passos receberia R$ 300.
A juíza achou procedente o pedido de exibição da fita em juízo e fixou prazo de 20 dias após a publicação da sentença, sob pena de multa diária de R$ 100 (limitada a R$ 50 mil).
De acordo com a Central Globo de Comunicação, a emissora recorreu da sentença que a obrigava a apresentar a fita bruta em juízo e está aguardando a decisão da Justiça.

Plágio de minissérie
Em outro processo, a Globo informou que recorrerá da decisão da Justiça fluminense que deu ganho de causa, em segunda instância, à autora Eliane Ganem por plágio do argumento de sua minissérie "Aquarela do Brasil", registrado na Biblioteca Nacional em 1996. De agosto a dezembro de 2000, a emissora exibiu um programa homônimo, estrelado por Maria Fernanda Cândido, com texto de Lauro César Muniz e direção-geral de Jayme Monjardim.
Ganem iniciou o processo contra a Globo e Lauro César Muniz no ano em que a minissérie foi ao ar. "Estou mais leve", disse ela. O advogado de Ganem, José Carlos Bruzzi Castello, afirmou que, aos R$ 100 mil de indenização por danos morais, "deverão ser acrescentados o valor pago a Muniz pelo roteiro e todos os lucros da Globo com a minissérie".
Muniz e seu advogado não quiseram comentar. Afirmaram apenas que o caso corre sob segredo de Justiça.


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