São Paulo, domingo, 07 de março de 2010

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Outro Canal

por ANDRÉIA MICHAEL andrea.michael@grupofolha.com.br

Estrelas "culpadas" fazem os bastidores da televisão

"Nosso desafio, como diz Clarice Lispector, é conseguir viver cada coisa de uma vez, mas todas de uma só vez, sem sentir culpa." Assim, Cristianne Fridman, 48, autora de tramas como "Chamas da Vida" (2009), na Record, define um drama comum às mulheres.
Em carreiras e histórias diferentes, essa foi uma dificuldade enfrentada também por Leonor, Emilia, Mônica e Fernanda, que não estão no vídeo, mas dão vida à televisão.
"Por uma herança cultural e religiosa, a mulher já nasce com uma culpa histórica e com o chip da ansiedade", diagnostica Leonor Corrêa, 47, diretora do programa "Eliana", no SBT. Ao menos uma vez, ela conheceu o preconceito: ao assumir um cargo de chefia. "Ainda bem que tive oportunidade de mudar de emprego."
A culpa foi uma das maiores dificuldades nos 14 anos de Globo da figurinista Emilia Duncan, 51. "Minhas filhas cresceram quando eu estava consolidando a carreira, sobrava menos tempo para a família.
Essa é uma equação que minha geração não resolveu", diz a profissional, responsável pelo figurino da premiada "Caminho das Índias" (2009).
Mas se o sentimento de culpa nasce da necessidade de se dividir, esta também gera forças.
Para Fernanda Ortiz, 36, diretora do "Dia Dia" e do "VídeoNews" vespertino, na Band, a maternidade ajudou. "Hoje, vejo o mundo por outro prisma.
Penso como mãe, o que enriqueceu o modo como faço TV."
Filosofia similar orienta Mônica Pimentel, 44, superintendente artística da Rede TV!, que se considera "sortuda" porque suas duas grandes promoções coincidiram com a volta das licenças-maternidade. "Nenhum sucesso profissional compensa o fracasso pessoal, por isso é importante correr atrás de realização em todas as áreas da vida", afirma.

IMPRENSA MARROM
João Miguel Jr./TV Globo
"Minha função é tornar o escândalo possível. Esqueça moral e bom gosto." Eis Alberta, editora da revista "A Vida Alheia", personagem de Claudia Jimenez na série homônima da Globo que estreia em breve. No texto de Miguel Falabella, ela choca a dona da revista, Catarina (Marília Pêra), mas não a repórter Manuela (Danielle Winits), que a admira. "Vamos contar com humor histórias da imprensa marrom." Exemplo: "Descobrimos que a mulher de um banqueiro engravidou de um galã. Com um anúncio, vira "banqueiro mostra sua casa"."

DANÇA GATINHO
Antonio Chahestian/TV Record
É só acontecer um beijo no quadro "Vai Dar Namoro" para começar um dos momentos mais famosos do "Melhor do Brasil" (Record): as cômicas danças de Rodrigo Faro, que completam seis meses neste final de semana. Quando o DJ toca o bordão "Dança gatinho", que anuncia as "apresentações", a média de audiência salta dos nove para 15 pontos (900 mil domicílios na Grande SP). Um hit, Beyoncé (foto), virou febre no YouTube. "No blog, há 39 mil sugestões na fila. Uma das mais pedidas é a Lady Gaga", diz. Ideias não vão faltar.


com CLARICE CARDOSO


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