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ANÁLISE
Prêmios para atuação são os mais populares
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
As categorias de melhor ator
e atriz (principal e coadjuvante) podem não ser as principais
do Oscar, mas são as mais populares: as que o espectador
acredita entender de imediato.
Será mesmo? Por que, então,
Meryl Streep, considerada quase unanimamente a melhor
atriz de cinema do mundo, é
uma colecionadora de derrotas? Ela tem 13 indicações a
melhor atriz (sem contar a deste ano). É quase uma poltrona
permanente no teatro, com garantia de lugar privilegiado na
hora de aplaudir a vencedora.
Até hoje, Meryl contabiliza 12
derrotas e um mero Oscar de
melhor atriz, ganho em 1983.
Mas será ela de fato uma derrotada do Oscar? Ou na hora de
votar as pessoas pensem que
ela, afinal, não precisa disso.
Sandra Bullock, indicada pela
primeira vez, sim, precisa. Assim como precisavam Julia Roberts, Gwyneth Paltrow, Halle
Berry, Nicole Kidman, Hilary
Swank (que aliás ganhou duas
vezes) e tantas outras.
O mais provável é que Meryl
colecione mais uma derrota.
Porque o cinema é de estrelas, e
Meryl é uma, independentemente da premiação. Mas Bullock ganhar representaria uma
virada espetacular em uma carreira que começou por decepcionar a Deus e todo mundo.
Além de ser inglesa, Carey
Mulligan seria a sensação jovem do grupo (onde Gabourey
Sidibe, de "Preciosa", é a "outsider"). Resta Helen Mirren, inglesa como Carey, prima-dona
como Meryl, com uma vitória e
duas derrotas até agora.
O prêmio de melhor ator do
ano será decidido entre cinco
candidatos sem nenhuma vitória, embora Jeff Bridges colecione indicações há quase 40
anos. A conversa é de que este
seria o seu ano. Mas por que
não de George Clooney? Como
Morgan Freeman, já tem uma
estatueta de ator coadjuvante.
A diferença é que hoje Clooney é uma instituição americana quase tão importante quanto foi, no passado, Gary Cooper.
É talentoso, bonitão, aparece
em filmes populares, dirige filmes com interesse político e intelectual. O que se pode querer
mais? De resto, o filme em que
aparece, "Amor sem Escalas",
pegou bem nos EUA.
Completando o grupo: Colin
Firth é inglês, o que é sempre
uma vantagem, e Jeremy Renner é muito mais um ator eficaz
em "Guerra ao Terror" do que a
estrela que o prêmio exige.
A categoria de ator coadjuvante costuma oferecer poucas
surpresas. O nome que desponta como favorito dificilmente
perde. E o deste ano é Christoph Waltz, de fato notável em
"Bastardos Inglórios". Mas
Woody Harrelson não é um nome a esquecer.
Entre as atrizes, há vários nomes interessantes: Anna Kendrick destaca-se em "Amor sem
Escalas", Mo'Nique faz e acontece como a mãe da protagonista em "Preciosa", mas talvez faça maior bem a Hollywood premiar Maggie Gyllenhaal, uma
"coadjuvante estrela" de feição
clássica.
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