São Paulo, domingo, 07 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANÁLISE

Prêmios para atuação são os mais populares

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

As categorias de melhor ator e atriz (principal e coadjuvante) podem não ser as principais do Oscar, mas são as mais populares: as que o espectador acredita entender de imediato.
Será mesmo? Por que, então, Meryl Streep, considerada quase unanimamente a melhor atriz de cinema do mundo, é uma colecionadora de derrotas? Ela tem 13 indicações a melhor atriz (sem contar a deste ano). É quase uma poltrona permanente no teatro, com garantia de lugar privilegiado na hora de aplaudir a vencedora. Até hoje, Meryl contabiliza 12 derrotas e um mero Oscar de melhor atriz, ganho em 1983.
Mas será ela de fato uma derrotada do Oscar? Ou na hora de votar as pessoas pensem que ela, afinal, não precisa disso. Sandra Bullock, indicada pela primeira vez, sim, precisa. Assim como precisavam Julia Roberts, Gwyneth Paltrow, Halle Berry, Nicole Kidman, Hilary Swank (que aliás ganhou duas vezes) e tantas outras.
O mais provável é que Meryl colecione mais uma derrota. Porque o cinema é de estrelas, e Meryl é uma, independentemente da premiação. Mas Bullock ganhar representaria uma virada espetacular em uma carreira que começou por decepcionar a Deus e todo mundo.
Além de ser inglesa, Carey Mulligan seria a sensação jovem do grupo (onde Gabourey Sidibe, de "Preciosa", é a "outsider"). Resta Helen Mirren, inglesa como Carey, prima-dona como Meryl, com uma vitória e duas derrotas até agora.
O prêmio de melhor ator do ano será decidido entre cinco candidatos sem nenhuma vitória, embora Jeff Bridges colecione indicações há quase 40 anos. A conversa é de que este seria o seu ano. Mas por que não de George Clooney? Como Morgan Freeman, já tem uma estatueta de ator coadjuvante.
A diferença é que hoje Clooney é uma instituição americana quase tão importante quanto foi, no passado, Gary Cooper. É talentoso, bonitão, aparece em filmes populares, dirige filmes com interesse político e intelectual. O que se pode querer mais? De resto, o filme em que aparece, "Amor sem Escalas", pegou bem nos EUA.
Completando o grupo: Colin Firth é inglês, o que é sempre uma vantagem, e Jeremy Renner é muito mais um ator eficaz em "Guerra ao Terror" do que a estrela que o prêmio exige.
A categoria de ator coadjuvante costuma oferecer poucas surpresas. O nome que desponta como favorito dificilmente perde. E o deste ano é Christoph Waltz, de fato notável em "Bastardos Inglórios". Mas Woody Harrelson não é um nome a esquecer.
Entre as atrizes, há vários nomes interessantes: Anna Kendrick destaca-se em "Amor sem Escalas", Mo'Nique faz e acontece como a mãe da protagonista em "Preciosa", mas talvez faça maior bem a Hollywood premiar Maggie Gyllenhaal, uma "coadjuvante estrela" de feição clássica.


Texto Anterior: "Avatar" é reação da indústria
Próximo Texto: Foco: Concorrendo com Disney e Pixar, animação com brasileiros é azarão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.