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OUTRA FREQÜÊNCIA
Rádios de São Paulo perdem espaço para as do Sul
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As emissoras do Estado de
São Paulo, que concentram
mais da metade de todo o faturamento do rádio no Brasil, vêm
perdendo espaço para as da região Sul nos últimos três anos.
De dezembro de 2001 a dezembro de 2003, as estações paulistas
(capital, região metropolitana e
interior) registraram uma queda
de quase quatro pontos percentuais (3,98) no "bolo" da arrecadação nacional. Já as sulistas obtiveram um acréscimo próximo a
cinco pontos (4,94).
Em um mercado competitivo e
de verbas escassas, as variações
são significativas e apontam enfraquecimento do "monopólio"
do dial paulistano. Também demonstram crescimento da RBS
(Rede Brasil Sul de Comunicação). O grupo possui 22 estações
de rádio e 17 de TV, afiliadas à
Globo. É dona da Farroupilha,
Gaúcha (AMs), Atlântida e Itapema (FMs), líderes de audiência.
Outra responsável pelo bom desempenho do Sul é a Rede Pampa,
proprietária de dez emissoras de
rádio e quatro de televisão.
Essa migração de investimentos
foi apontada por dados do projeto
Inter-Meios (que monitora a mídia), divulgados nesta semana.
No ano passado, a arrecadação
do rádio foi de R$ 501,4 milhões.
As AMs e FMs paulistas, em dezembro, participação de 56,22%.
Em 2002 (a base é sempre dezembro), haviam "mordido" 57,82%
e, em 2001, 60,2%. Já as sulistas
subiram de 9,01% (2001) para
11,82% (2002) e 13,95% (2003).
As outras localidades, inclusive
o Rio de Janeiro (segundo lugar
em faturamento), apresentaram
poucas variações nesse período.
As rádios do Norte nem aparecem
nos gráficos -ou seja, possuem
um faturamento irrisório para o
mercado.
A TV, que detém mais de 60% da
verba publicitária do país, apresenta uma divisão regional mais
"democrática" do que o rádio. As
emissoras de TV paulistas abarcaram, em dezembro de 2003,
40,68% do faturamento nacional,
contra os 56,22% das de rádio.
No Nordeste, a televisão é bem
mais importante para o mercado
nacional de TV do que as rádios
para o radiofônico. As TVs nordestinas conseguiram 11,57% da
verba nacional do setor em 2003.
As AMs e FMs, por sua vez, ficaram com apenas 1,69% da arrecadação do rádio no país.
O Inter-Meios jogou um balde de
água fria nas rádios brasileiras.
Revelou que a fatia de AMs e FMs
no "bolo" publicitário nacional
continuou pequena em 2003:
4,6%. Resultado praticamente
igual aos 4,5% de 2002, considerado um dos piores anos do meio.
laura@folhasp.com.br
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