São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004

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OUTRA FREQÜÊNCIA

Rádios de São Paulo perdem espaço para as do Sul

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As emissoras do Estado de São Paulo, que concentram mais da metade de todo o faturamento do rádio no Brasil, vêm perdendo espaço para as da região Sul nos últimos três anos.
De dezembro de 2001 a dezembro de 2003, as estações paulistas (capital, região metropolitana e interior) registraram uma queda de quase quatro pontos percentuais (3,98) no "bolo" da arrecadação nacional. Já as sulistas obtiveram um acréscimo próximo a cinco pontos (4,94).
Em um mercado competitivo e de verbas escassas, as variações são significativas e apontam enfraquecimento do "monopólio" do dial paulistano. Também demonstram crescimento da RBS (Rede Brasil Sul de Comunicação). O grupo possui 22 estações de rádio e 17 de TV, afiliadas à Globo. É dona da Farroupilha, Gaúcha (AMs), Atlântida e Itapema (FMs), líderes de audiência.
Outra responsável pelo bom desempenho do Sul é a Rede Pampa, proprietária de dez emissoras de rádio e quatro de televisão.
Essa migração de investimentos foi apontada por dados do projeto Inter-Meios (que monitora a mídia), divulgados nesta semana.
No ano passado, a arrecadação do rádio foi de R$ 501,4 milhões. As AMs e FMs paulistas, em dezembro, participação de 56,22%. Em 2002 (a base é sempre dezembro), haviam "mordido" 57,82% e, em 2001, 60,2%. Já as sulistas subiram de 9,01% (2001) para 11,82% (2002) e 13,95% (2003).
As outras localidades, inclusive o Rio de Janeiro (segundo lugar em faturamento), apresentaram poucas variações nesse período. As rádios do Norte nem aparecem nos gráficos -ou seja, possuem um faturamento irrisório para o mercado.
 
A TV, que detém mais de 60% da verba publicitária do país, apresenta uma divisão regional mais "democrática" do que o rádio. As emissoras de TV paulistas abarcaram, em dezembro de 2003, 40,68% do faturamento nacional, contra os 56,22% das de rádio.
No Nordeste, a televisão é bem mais importante para o mercado nacional de TV do que as rádios para o radiofônico. As TVs nordestinas conseguiram 11,57% da verba nacional do setor em 2003. As AMs e FMs, por sua vez, ficaram com apenas 1,69% da arrecadação do rádio no país.
 
O Inter-Meios jogou um balde de água fria nas rádios brasileiras. Revelou que a fatia de AMs e FMs no "bolo" publicitário nacional continuou pequena em 2003: 4,6%. Resultado praticamente igual aos 4,5% de 2002, considerado um dos piores anos do meio.

laura@folhasp.com.br


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