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Crítica
Polanski faz passeio pelo território da perversidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se há uma coisa que nunca
faltou a Roman Polanski foi humor. Será que isso vem de Alfred Hitchcock?
Em todo caso, "Lua de Fel"
(TC Cult, 22h; 12 anos) tem um
bocado de Hitchcock. E um bocado de Polanski também.
Porque a ideia de colocar
dois casais com determinadas
características num navio é
bem polanskiana.
Temos ali Peter Coyote, o
marido paralítico de Emmanuelle Seigner, belíssima. Temos também Hugh Grant, casado com a elegante Kristin
Scott-Thomas, mas apaixonado pela outra, por Seigner e,
por conta dessa paixão, forçado
a ouvir relatos circunstanciados das relações muito eróticas
dela com o marido (narradas
pelo marido).
A perversidade é um território em que Polanski pisa com
desenvoltura. A do estranho
das coisas também.
Talvez "Lua de Fel" não chegue a se realizar de todo nesses
setores, mas ninguém se engane: o que está lá é mais do que
suficiente para encantar qualquer um que realmente goste
de cinema.
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