São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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TELEVISÃO

Crítica


"O Diário de uma Camareira" ataca extrema-direita

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quem busca certezas no cinema não deve procurá-las nos filmes de Buñuel. Nem a luta de classes é um parâmetro, malgrado a crença do espanhol ao comunismo.
E nada nos serve de apoio resistente em "O Diário de uma Camareira" (TV5, 20h30; classificação indicativa não informada), desde o momento em que Jeanne Moreau, a camareira, desce de um trem para servir na casa de um rico senhor.
Seguem-se: perversões, fetichismos, crimes hediondos, desejos desenfreados. Não é por acaso que Jean-Claude Carrière aqui interpreta um padre: ele será o roteirista de Buñuel nesta última fase francesa a partir dos anos 1960 ("Diário..." é de 1964).
Se existe afirmação de liberdade, se com Buñuel assistimos ao triunfo do desejo e do sonho -do inconsciente, em síntese- , o alvo deste filme imperdível é a extrema-direita francesa, colaboracionista durante a guerra e rainha da hipocrisia. Enfim, a extrema-direita quase eterna.


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