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Crítica
Compreensão do mundo carcerário norteia filme
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Terá sido o sucesso de "Carandiru" (Canal Brasil, 0h45;
18 anos) um equívoco?
Na trajetória do médico que
se aproxima dos detentos do
antigo presídio paulistano, tal
como narrada pelo diretor
Hector Babenco, tudo procura
levar nosso olhar a compreender um pouco mais o que seja o
mundo penitenciário.
Não anjos, nem demônios:
quase sempre pessoas às voltas
com experiências de vida particulares (e atrozes). Digamos
que tanto o trabalho do médico
como o do filme buscam mais
compreender as pessoas do
que demonizá-las.
Essa visão não parece adequada ao espírito mata-esfola
que norteou os espectadores de
"Tropa de Elite", filme dirigido
por José Padilha.
No entanto, os filmes são separados por apenas quatro
anos (de 2003 a 2007), em que
uma série de indicadores estatísticos (como crescimento,
emprego etc.) evoluíram bem
no país.
Estranha questão: o que poderia explicar essa tão acentuada discrepância no comportamento do público?
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