São Paulo, Sexta-feira, 07 de Maio de 1999
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NOITE ILUSTRADA - ERIKA PALOMINO

Maio eletrônico traz a baderna de volta

OIÊ!!!! Noite Ilustrada está de volta, após férias em abril. E teve gente com tanta saudade da baderna que sugeriu até a coluna xerocada ou uma edição semanal tipo melhores momentos, meio "Sai de Baixo". Mas não. Noite Ilustrada está de volta, justamente no dia 7 de maio e é em maio que a coluna faz sete anos. E sete é meu número de sorte. E o que você estava fazendo em 92? Almôndega no Massivo ou no palquinho do Krawitz? Bons tempos.

NESTE mês de maio, doravante chamado Electronic May, temos nomes saídos do mundinho eletrônico que viraram estrelas internacionais. Anotes as datas: Josh Wink toca no Lov.e dia 14; Roni Size e MC dynamite tocam com Marky e Patife numa festa do Lov.e no Gitana; o Prodigy, esperadíssimo para dia 15 no sambódromo paulistano; os Chemical Brothers, terça dia 18 em São Paulo no Via Funchal (quarta 19 no Rio), com abertura de M4J, Habitants, Patife, George Actv e o inglês James Holroyd. Já Paul Oakenfold tem duas datas na U-Turn (que finalmente abriu!), dias 19 e 20. Electronic May, eu digo!

FORA o povo daqui, né?, que anda num fogo absurdo. Tem um monte de noite nova começando, lugares abrindo, gente se mexendo, de todas as cenas. Quer ver? Para os órfãos da Chaos (e eles são muitos e lindos), abriu a Symbol, um clube na Vila Olímpia (onde mais?) que na verdade se chama Symbol porque não tem nome. Tipo Prince, sabe? O nome do clube é só um sinal e daí o povo chama de Symbol. Ainda afinando, o diferencial da casa é uma Mercedes luxo parada lá dentro, uma parede tipo biblioteca até o teto (quem lembra do Malícia com o décor do Angelo Bueno?) e sofás VIP tipo Europa.

PARA os órfãos do Cube, duas opções: o Namesa, simpático bar/restaurante do Alex Atala lá onde era o Cube em si (Consolação entre Franca e Jaú); e o Pix, na Alagoas, em frente à Faap, da Ana Baravelli e de seu simpático marido DJ (que ela também tem), o André Juliani. E o bom desses lugares é que eles ficam abertos também durante o dia, não é só tipo clubber.
E a U-Turn está funcionandíssimo, superbem-cuidada, da maquiagem das meninas do bar até a plasticidade das cabines. E diz que para abrir, além das assinaturas do pessoal do Contru, contaram também com a ajuda de um pai-de-santo, que foi lá desaquendar os horizontes que estavam exóticos. O clube ainda está na fase de receber turistas, um monte de gente que vai para "conhecer a casa". Pois vá que a casa é linda mesmo. E o Luiz Eurico Klotz (o dono) também virou DJ. Ele dá seus primeiros passos na pistinha de trás, às sextas, recebendo também convidados.

E tem a noite BPM, que parece que está dando certo, na Cardeal Arcoverde 1.393, todo sábado. A noite é de Alex S. e Alê Acyd e quem toca amanhã é Edgar Scandurra (live pa) e Renato Cohen.

DEPOIS das bem-sucedidas raves tipo private em Brotas e Mauá, estão de volta as mega-raves. A primeira é a Space, que acontece em Sorocaba, com Beto Cury, Joseph A, Tomás, Camilo Rocha, Roxy e Az. Smith. Eles estão dizendo que tem whisky grátis até às 2h. Cuidado com os playboys bêbados, hein? Depois é babado. E dia 15, depois do show, tem XXX-Perience.

E amanhã tem a Farra!, a noite de deep house, tech house e breakbeat de Pareto e Marcão Morcerf, com Mimi como convidado, na rua Augusta, 2.203, com Luma na porta. Também amanhã estréia o clube Acess (Henrique Schaumann, 517), tendo como residentes o astro Dabolina e Yes America, George Actv como convidado. Hoje tem Mau Mau, Buga e Dmitri no Cabral Campinas, na festa da revista "It's Cool". Hoje tem Pareto na It's House do Lov.e e amanhã tem Mau Mau e George Actv no after da casa. Hoje tem também o aniversário do stylist Jackson Araujo!

E o DJ Marky levou para o Lilith a sua noite The Movement, cheio de moral, a noite foi cheia e fervida até 6h, também com Patife e Koloral. A próxima edição é dia 22 e, depois que Marky voltar de Londres, para onde foi com um grupo de jornalistas entrevistar seu colega Roni Size, a noite será quinzenal, sempre aos sábados. E quem esteve na noite do Marky semana passada foi o Perry Farrel, ícone do trash underground americano. E com quem Farrel se maquiou? Com Cacá Trash, claro. O único problema foi que ele chegou para tocar house e era uma noite de drum'n'bass. Por que não puseram Farrel na noite de house? Ele saiu sem tocar, bicudo.

O Manga Rosa, que abriu em março último, se direciona para a música eletrônica, com boas idéias. A primeira começa hoje, é um after-hours de trance e hard techno, a partir de 4h, com os DJs Yah! e Dimitri, entre outros. Domingo tem a nova noite de Pil Marques, chamada Deep.M, dedicada à deep house, com DJs convidados (é Paula quem toca com Pil na estréia). O público é tipo Nova Faria Lima (esquina com a Leopoldo Couto de Magalhães). Daniel Almeida está lá também.

E para quem leva o underground muito a sério eu sugeriria não faltar aos aniversários do promoter Nenê, na Lôca. Em esquema after-hours, os personagens mais marcantes da cena de São Paulo para dar um beijo no Nenê, todo mundo saindo dos clubes em que tocou, dançou ou trabalhou. Para quem vê romantismo na noite (e eu sempre vejo), emocionante.

BEM, a julgar pela vida noturna (eu disse pela vida noturna), se eu não tivesse lido a reportagem na "i-D" poderia até achar que São Paulo é uma cidade moderna. Ao contrário do que a gente sente depois de ler a reportagem da jornalista inglesa Terry Burgess, aquela que veio para o MorumbiFashion. Saiu em abril seu texto sobre o Brasil e sobre o evento, cheio de equívocos, algumas ignorâncias, uma certa má vontade colonialista e uma edição "pra inglês moderno ver". Para começar, ela confunde no texto São Paulo com Brasil; diz que as lojas ricas estão numa certa Ascarfe Street (seria Oscar Freire?); ignora o Império Daslu (imperdoável, se você está cobrindo a cena fashion da cidade); diz que toca salsa (!) no nosso Carnaval; chama favela de flavelo (não era erro de digitação) e diz que aceitaram o convite de vir porque Alexandre Herchcovitch (que iria desfilar em Londres) iria estar no evento. Assim, publica seis fotos de vista aérea, cinco fotos de casas da periferia e o restante de roupas de Alexandre Herchcovitch (além de uma foto do próprio numa loja de candomblé). Terry gostou tanto do desfile de Alexandre que fala até do cachorro do estilista, Mickey, ignorando muitos outros estilistas, o que causou saias justíssimas no meio da moda. Terry ainda dá um chocho na galeria Ouro Fino, falando que Kensigton Market é melhor e assim por diante. Bem, a gente sabe que aqui não é como Londres, mas não é bem por aí. Paulo Borges, diretor do MorumbiFashion Brasil, manifestou também seu descontentamento em carta enviada ao editor da revista e ao consulado.

PARA uma visão mais bacana do Brasil (que nem por isso esconde seus problemas), feita por brasileiros, aguarde a edição da "Big" Brasil. E, por falar em "Big", a edição especial com a mulher mais linda do mundo, a modelo Gisele Bundchen, será lançada em São Paulo agora dia 10, segunda-feira, no espaço Ecco, com a presença de Giselle em si.

E, por falar em MorumbiFashion, a data da próxima edição é 4 a 8 de julho, com abertura no domingo e a possibilidade de uma quinta-feira de moda praia (tomara que sim) e uma festa (tomara que sim). O novo local é a Pinacoteca, onde foi a terceira edição.

E 13 de maio tem o primeiro desfile no Brasil dos ingleses da Red or Dead, naquele projeto bacana da Cultura Inglesa. Vai ser na Cinemateca Brasileira, que é linda (convites a R$ 10, tel. 011/3039-0570). Ai, tomara que eles gostem da gente e nos achem bem modernos!!!! Olha, vê se ninguém leva os estilistas na Benedito Calixto falando que é Camdem Town, hein!

QUARTA e sexta, por sua vez, Cacá Ribeiro e Gustavo Claus recebem num jantar chiquérrimo no Alto de Pinheiros, com o chef escocês Nick Nairn.

E está dando na Internet: diz que um cara levou um boa-noite Cinderela num clube em Buenos Aires e quando ele acordou estava numa banheira de gelo, sem rins!!!

E segunda-feira todo mundo tem que ir à noite do performer Léo Áquila, que alugou o Palace para mostrar seu "O Feitiço de Áquila", querendo ultrapassar os limites dos clubes e casas gays. Léo é sensacional. Prestigie e confira. Ingressos a R$ 20.

NÃO espalha, mas a segmentação voltou.
E não esqueça: house is a feeling.

E-mail: palomino@uol.com.br


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