São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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"Não penso na vida como um jogo de War", diz Santoro

NINA LEMOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

"Não fico pensando em quais vão ser os próximos passos da minha carreira. Não penso na minha vida como se fosse um jogo de War. Se eu fizesse isso, ia ficar louco pensando que tinha que conquistar 20 territórios." O ator Rodrigo Santoro usa o exemplo de um dos seus jogos preferidos na infância para explicar quais são os motivos que fazem com que ele -no momento um dos mais requisitados atores brasileiros no país (e o com carreira de maior sucesso no exterior)- escolha um filme para trabalhar.
O "método zen" de Santoro fez com que ele se entusiasmasse com "Não por Acaso", longa de estréia de Phillipe Barsinski. "Comecei a ler antes de dormir. Esse é sempre um bom teste. Se eu durmo, é porque não é interessante. Quando li o roteiro do filme do Phillipe, não só li até o fim, como também não consegui dormir depois", explica.
Santoro gostou da história de Pedro, seu personagem no longa, um moço que vive de construir mesas de sinucas e é fanático por jogadas. "Ele é muito sensível e masculino ao mesmo tempo. Mas o que realmente me desafiou é o fato do personagem ser muito contido. Ele é fechadão. Sem amigos. E eu sou essa pessoa que fala sem parar", conta Santoro, durante a entrevista de 15 minutos concedida no Rio. Seu tempo é contado como se ele fosse um astro de Hollywood, mas, mesmo assim, o ator ainda se empolga com um filme de produção barata, filmado em esquema praticamente independente.
"Foi muito interessante porque fiz "Não por Acaso" logo depois de "300", onde filmei tudo em cromaqui. Foram experiências completamente diferentes, mas que se complementam, porque o que me interessa é fazer papéis que me ensinem."
Por mais bem-sucedido que seja no mercado internacional, o ator não pensa em parar de filmar no Brasil. Mas também não tem o país como prioridade. "Quero fazer trabalhos interessantes, não importa se eles são filmes argentinos, americanos ou alemães."
Depois de divulgar "Não por Acaso", durante três dias no Rio, voou para Los Angeles, onde filma "RedBelt", de David Mamet. "Sempre fui fã do Mamet, vou fazer uma participação pequena, mas sempre quis trabalhar com ele." Depois disso, jura que não sabe o que vai fazer. Só tem certeza que pretende continuar rodando o mundo atrás de bons papéis. "O bom disso é que eu fiquei craque em fazer mala. Tinha a maior dificuldade. Agora, tiro de letra", conta, antes de continuar seu périplo. Em dois dias, deu cerca de 30 entrevistas, mas, mesmo assim, faz a linha modesta. "As pessoas só querem falar comigo aqui porque não tenho vindo muito."


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