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"Não penso na vida como um jogo de War", diz Santoro
NINA LEMOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
"Não fico pensando em quais
vão ser os próximos passos da
minha carreira. Não penso na
minha vida como se fosse um
jogo de War. Se eu fizesse isso,
ia ficar louco pensando que tinha que conquistar 20 territórios." O ator Rodrigo Santoro
usa o exemplo de um dos seus
jogos preferidos na infância para explicar quais são os motivos
que fazem com que ele -no
momento um dos mais requisitados atores brasileiros no país
(e o com carreira de maior sucesso no exterior)- escolha um
filme para trabalhar.
O "método zen" de Santoro
fez com que ele se entusiasmasse com "Não por Acaso", longa
de estréia de Phillipe Barsinski.
"Comecei a ler antes de dormir.
Esse é sempre um bom teste. Se
eu durmo, é porque não é interessante. Quando li o roteiro do
filme do Phillipe, não só li até o
fim, como também não consegui dormir depois", explica.
Santoro gostou da história de
Pedro, seu personagem no longa, um moço que vive de construir mesas de sinucas e é fanático por jogadas. "Ele é muito
sensível e masculino ao mesmo
tempo. Mas o que realmente
me desafiou é o fato do personagem ser muito contido. Ele é
fechadão. Sem amigos. E eu sou
essa pessoa que fala sem parar",
conta Santoro, durante a entrevista de 15 minutos concedida
no Rio. Seu tempo é contado
como se ele fosse um astro de
Hollywood, mas, mesmo assim,
o ator ainda se empolga com
um filme de produção barata,
filmado em esquema praticamente independente.
"Foi muito interessante porque fiz "Não por Acaso" logo depois de "300", onde filmei tudo
em cromaqui. Foram experiências completamente diferentes,
mas que se complementam,
porque o que me interessa é fazer papéis que me ensinem."
Por mais bem-sucedido que
seja no mercado internacional,
o ator não pensa em parar de
filmar no Brasil. Mas também
não tem o país como prioridade. "Quero fazer trabalhos interessantes, não importa se eles
são filmes argentinos, americanos ou alemães."
Depois de divulgar "Não por
Acaso", durante três dias no
Rio, voou para Los Angeles, onde filma "RedBelt", de David
Mamet. "Sempre fui fã do Mamet, vou fazer uma participação pequena, mas sempre quis
trabalhar com ele." Depois disso, jura que não sabe o que vai
fazer. Só tem certeza que pretende continuar rodando o
mundo atrás de bons papéis. "O
bom disso é que eu fiquei craque em fazer mala. Tinha a
maior dificuldade. Agora, tiro
de letra", conta, antes de continuar seu périplo. Em dois dias,
deu cerca de 30 entrevistas,
mas, mesmo assim, faz a linha
modesta. "As pessoas só querem falar comigo aqui porque
não tenho vindo muito."
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