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Malu Mader ataca como matadora
Atriz protagoniza "A Justiceira", de 1997, precursora dos seriados de ação no Brasil, que ganha lançamento em DVD
Programa foi encurtado para 12 episódios por causa de inesperada gravidez da protagonista, que filmou com barriga de cinco meses
DA REPORTAGEM LOCAL
Malu Mader toma banho, sai
do chuveiro, coloca uma calcinha preta, bota de couro, coldre
nas costas e dá um beijo no bebê. Assim dá início a mais um
dia. Mas não da atriz carioca de
43 anos, e sim de sua personagem Diana Maciek, de "A Justiceira", que tem lançamento
neste mês em DVD.
Ela é uma agente da Polícia
Federal, casada, mãe recente e
enfrentando as dificuldades de
um marido músico e -ela vai
descobrir um tempo depois-
drogado ao extremo.
Ela acaba deixando a PF ao
atirar no próprio parceiro de
trabalho numa ótima sequência de ação em um treme-treme
do centro de São Paulo.
Cinco anos depois, não acha
emprego, e o marido, ainda
mais dependente de heroína,
vende o filho para comprar drogas e morre de overdose.
Uma organização sigilosa
-cujo lema é livrar o país de todo tipo de criminosos- recruta
a moça para enfrentar ladrões
de material radioativo, gangue
de motoqueiros e serial killer
de gays, sempre com tiros, mortes, perseguições e culpas.
O seriado ficou datado no
que diz respeito ao roteiro e às
questões morais, que, hoje, parecem inocentes, mas não deve
nada com relação aos efeitos
especiais, um marco na época
em que estreou, em 1997.
Malu conta que aceitou fazer
a série "sem nem querer saber o
que era", por ter gostado do resultado de "A Vida como Ela É",
também dirigida por Daniel Filho. "Adaptar Nelson Rodrigues era um biscoito fino para
as massas. Depois de topar "A
Justiceira", quando vi que teria
de pular de helicóptero, tremi
na base. Mas considero legal ter
feito por ter inaugurado o seriado de ação no Brasil."
Daniel Filho foi para os EUA
finalizar os episódios e aprender como montar aquela estrutura no estilo de programas como "A Dama de Ouro". "Foi um
papel carbono dos seriados
americanos muito divertido de
fazer", conta ele nos extras.
Malu diz não ter se inspirado
em ninguém. "Nunca tinha assistido a Kate Mahonney. Via
"As Panteras", mas não acho que
tenha nada de uma Pantera na
Diana. Ela é muito mais sofrida,
como aliás tudo aqui no Brasil."
A série teve de ser encurtada
de 32 episódios para 12 em razão da segunda gravidez de Malu. Ela trabalhou até os cinco
meses de gestação -"com Antonio pulando lá dentro". "Era
bem complicado correr com
uma barriga daquele tamanho.
E a câmera teve de ir fechando
mais no rosto, porque, além da
barriga da gravidez, eu passei a
comer muito e fui engordando
[risos]. Quero mostrar o seriado para meu filho mais novo
para ele ver o estrago que fez."
Atrás das câmeras
O lançamento do antigo seriado acontece simultaneamente a um projeto no outro
extremo. Na semana passada,
ela finalizou o material adicional de "Contratempo", que fez
com Mini Kerti e foi sua estreia
na direção. O filme conta a história de jovens da periferia em
um projeto social de música.
Os extras do DVD, que sai em
setembro, trazem alguns personagens cortados do filme,
além de depoimentos sobre
conceitos musicais.
Na TV, é de 2003 o último sucesso de Malu. Foi a certinha
Maria Clara, de "Celebridade".
Depois, fez em 2007 a Eva de
"Eterna Magia", mas a novela
das seis não foi bem no Ibope.
A empolgação com a carreira
de diretora ("onde tudo é novo") tem reduzido o espaço para novos papéis: "Eu falava desse projeto para todo mundo.
Acho que isso afastou outros
convites". Outro motivo para
deixá-la longe da telinha é um
novo filme, desta vez de ficção,
sobre o qual não dá muitos detalhes. "Deve demorar um pouco. Escrever é uma empreitada
para macho, mas tenho coragem."
(LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)
A JUSTICEIRA - DVD
Distribuidora: Som Livre; R$ 49,90
Classificação: não indicado a menores
de 16 anos
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