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"Gigi" é o novo DVD da Coleção Folha
Com Leslie Caron e Maurice Chevalier, filme foi o último representante da era de ouro dos musicais
DA REPORTAGEM LOCAL
Vencedor de nove Oscars, incluindo os troféus de melhor
filme e de melhor direção, "Gigi", de 1958, pode ser visto como o último representante da
época de ouro dos musicais
hollywoodianos. Outros filmes
do gênero vieram depois dele
(alguns muito bem-sucedidos,
como "Amor Sublime Amor"
ou "Hair"), mas foram exceções
num contexto em que o musical se tornou raridade.
"Gigi" foi gestado pela dupla
responsável por alguns dos melhores musicais hollywoodianos: o chefe do departamento
de musicais da Metro-Goldwyn-Mayer, Arthur Freed,
e o diretor Vincente Minelli.
Disponível nas bancas a partir do próximo domingo, 14 de
junho, o filme é o segundo dos
quatro musicais da Coleção Folha Clássicos de Cinema -o
primeiro foi "Cantando na
Chuva", de Stanley Donen e
Gene Kelly, e os próximos serão "Sinfonia de Paris", também de Minnelli, e "Sete Noivas
para Sete Irmãos", também de
Donen.
A história de "Gigi", embalada por canções de Frederick
Lowe e Alan Jay Lerner (os
mesmos autores de "Minha Bela Dama"), foi retirada do romance homônimo da polêmica
escritora Colette, que realiza
uma exposição crua e divertida
das hipocrisias da sociedade
francesa na passagem do século
19 para o século 20.
Chevalier narrador
Se no livro de Colette toda a
história é descrita do ponto de
vista feminino, no filme a narração fica por conta de Honoré
Lachaille, personagem especialmente criado para a figura
do ator e cantor Maurice Chevalier, uma das personalidades
francesas mais conhecidas no
mundo na época.
Honoré contribui para a
"educação sentimental" de Gigi
(Leslie Caron), uma jovem criada pela tia para arrumar um
bom casamento. Seu principal
alvo é o jovem milionário Gaston Lachaille (Louis Jourdan).
Em vários aspectos, "Gigi" é
um musical sui generis. Um dos
aspectos que mais chamam
atenção é a falta de números de
dança e de coreografias -o que,
de certa forma, é compensado
pela extrema elaboração dos
cenários e figurinos e pelo talento de Minelli na composição
visual das cenas.
Depois de "Gigi", Minnelli e
Arthur Freed realizaram um
único trabalho juntos: "Essa
Loura Vale Um Milhão", em
1960. Sozinho, o cineasta ainda
retornaria ao gênero em 1970,
com "Num Dia Claro de Verão".
Já o produtor encerrou sua carreira em 1962 com o drama
"Luz na Praça". Nenhum deles
alcançou o mesmo sucesso de
"Gigi" -derradeira joia burilada por esses dois grandes criadores da fábrica de sonhos
hollywoodiana.
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