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MÚSICA
Multishow de Música Brasileira escolhe Júnior Lima melhor instrumentalista; Pitty, Marcelo D2 e O Rappa também são eleitos
Irmão da Sandy é premiado e promete estudar mais
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
O primeiro anúncio da noite resumiu o que é o Prêmio Multishow de Música Brasileira, que teve sua 12ª edição realizada anteontem no Teatro Municipal do
Rio: Júnior Lima, o irmão da
Sandy, foi escolhido o melhor instrumentista do país, superando
Edgard Scandurra (Ira!), Roberto
de Carvalho (Rita Lee), Roberto
Frejat (Barão Vermelho) e Rodrigo Amarante (Los Hermanos).
"Estou levando [o troféu] para
casa em consideração ao prêmio.
Quero um dia olhar e dizer: "Hoje
eu mereço". Por enquanto, é só
um incentivo para eu estudar
mais", disse Júnior, humilde.
Os vencedores do Multishow
são escolhidos em votação livre
pela internet. O critério favorece
os nomes da cultura pop que estão em alta no momento. Neste
ano, brilharam Pitty, Marcelo D2
e O Rappa, com dois troféus cada.
Júnior subiu ao palco ouvindo
muitas vaias e, também, muitos
aplausos, vindos de uma claque
que, no último balcão do Municipal, passou boa parte da festa gritando os nomes dos filhos de Xororó. No ano passado, a dupla não
levou nenhum prêmio e foi intensamente vaiada. Neste ano, Sandy
saiu de mãos abanando, mas escutou poucos apupos.
"Eu não me acho melhor cantor, mas, ao contrário do Júnior,
não vou estudar. Vai ser essa parada assim mesmo", disse D2, ao
receber seu segundo prêmio, no
qual derrotou seu ex-desafeto
Caetano Veloso -os dois, em
paz, se cumprimentaram.
A fala de D2 foi o melhor momento da noite, já que as piadas
da apresentadora Regina Casé e
os convidados-surpresa -como
a ginasta Daiane dos Santos, a
funkeira Tati Quebra-Barraco e o
senador Eduardo Suplicy- não
despertaram maiores emoções.
Pitty foi outra a quase pedir desculpas pelo prêmio. "Não me considero a melhor cantora, mas isso
aqui [o troféu] é muito importante para mim", disse.
O Rappa não precisou "justificar" seus prêmios, mas não deixou de brincar com eles. "Essas
paradas de prêmio só valem para
a gente tomar todas e ficar doidões", disse o vocalista Falcão,
que dedicou os troféus à memória
de Bezerra da Silva, Tom Capone
e Waly Salomão e lembrou os trabalhos sociais da banda.
A escolha como melhor música
de "Vamos Fugir", reggae de 21
anos atrás regravado pelo Skank,
e a homenagem a Raul Seixas deram ao Prêmio Multishow um clima involuntariamente retrô. Como se o presente fosse amargo e
constrangedor. Ao seu estilo, a
viúva de Raul, Kika Seixas, tentou
traduzir isso: "Diante de tanta pobreza, ignorância e podridão que
temos visto nos jornais, está na
hora da sociedade alternativa virar realidade."
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