São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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MÚSICA

Multishow de Música Brasileira escolhe Júnior Lima melhor instrumentalista; Pitty, Marcelo D2 e O Rappa também são eleitos

Irmão da Sandy é premiado e promete estudar mais

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

O primeiro anúncio da noite resumiu o que é o Prêmio Multishow de Música Brasileira, que teve sua 12ª edição realizada anteontem no Teatro Municipal do Rio: Júnior Lima, o irmão da Sandy, foi escolhido o melhor instrumentista do país, superando Edgard Scandurra (Ira!), Roberto de Carvalho (Rita Lee), Roberto Frejat (Barão Vermelho) e Rodrigo Amarante (Los Hermanos).
"Estou levando [o troféu] para casa em consideração ao prêmio. Quero um dia olhar e dizer: "Hoje eu mereço". Por enquanto, é só um incentivo para eu estudar mais", disse Júnior, humilde.
Os vencedores do Multishow são escolhidos em votação livre pela internet. O critério favorece os nomes da cultura pop que estão em alta no momento. Neste ano, brilharam Pitty, Marcelo D2 e O Rappa, com dois troféus cada.
Júnior subiu ao palco ouvindo muitas vaias e, também, muitos aplausos, vindos de uma claque que, no último balcão do Municipal, passou boa parte da festa gritando os nomes dos filhos de Xororó. No ano passado, a dupla não levou nenhum prêmio e foi intensamente vaiada. Neste ano, Sandy saiu de mãos abanando, mas escutou poucos apupos.
"Eu não me acho melhor cantor, mas, ao contrário do Júnior, não vou estudar. Vai ser essa parada assim mesmo", disse D2, ao receber seu segundo prêmio, no qual derrotou seu ex-desafeto Caetano Veloso -os dois, em paz, se cumprimentaram.
A fala de D2 foi o melhor momento da noite, já que as piadas da apresentadora Regina Casé e os convidados-surpresa -como a ginasta Daiane dos Santos, a funkeira Tati Quebra-Barraco e o senador Eduardo Suplicy- não despertaram maiores emoções.
Pitty foi outra a quase pedir desculpas pelo prêmio. "Não me considero a melhor cantora, mas isso aqui [o troféu] é muito importante para mim", disse.
O Rappa não precisou "justificar" seus prêmios, mas não deixou de brincar com eles. "Essas paradas de prêmio só valem para a gente tomar todas e ficar doidões", disse o vocalista Falcão, que dedicou os troféus à memória de Bezerra da Silva, Tom Capone e Waly Salomão e lembrou os trabalhos sociais da banda.
A escolha como melhor música de "Vamos Fugir", reggae de 21 anos atrás regravado pelo Skank, e a homenagem a Raul Seixas deram ao Prêmio Multishow um clima involuntariamente retrô. Como se o presente fosse amargo e constrangedor. Ao seu estilo, a viúva de Raul, Kika Seixas, tentou traduzir isso: "Diante de tanta pobreza, ignorância e podridão que temos visto nos jornais, está na hora da sociedade alternativa virar realidade."


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