São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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Compositor inspira Roberto Jefferson

DA REPORTAGEM LOCAL

De tempos em tempos somos lembrados de que a dor-de-cotovelo não apenas é atemporal como atinge a todas as classes -políticas, inclusive. Irmãos traídos por irmãos, ex-mulheres vingativas, aliados abandonados, todos podem encontrar paralelo e consolo nas letras de Lupicínio.
O caso mais recente foi o do deputado Roberto Jefferson (PTB), que, depois de ficar no centro das denúncias de corrupção nos Correios e sentir-se abandonado pelo governo que outrora lhe deu um cheque em branco, denunciou o esquema do "mensalão".
Em seu depoimento à CPI dos Correios no dia 30/6, Jefferson explicou que o olho roxo que exibia havia sido resultado de um acidente enquanto buscava uma coleção de Lupicínio em casa -a estante de discos caiu sobre ele.
Questionado sobre qual música pretendia ouvir na ocasião, o deputado citou "Nervos de Aço" e gargalhou -a letra clama contra uma pessoa "sem sangue nas veias e sem coração" (veja ao lado). A repercussão da citação levou Jefferson a interpretar a música anteontem, durante sua entrevista no programa de Jô Soares.
Se continuar na mesma seara musical, não faltarão clássicos de Lupicínio para Jefferson cantar. Em "Judiaria", por exemplo, o autor diz: "As coisas ficam muito boas quando a gente esquece, / Mas acontece que eu não esqueci a sua covardia, a sua ingratidão".


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