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Compositor inspira Roberto Jefferson
DA REPORTAGEM LOCAL
De tempos em tempos somos
lembrados de que a dor-de-cotovelo não apenas é atemporal como atinge a todas as classes -políticas, inclusive. Irmãos traídos
por irmãos, ex-mulheres vingativas, aliados abandonados, todos
podem encontrar paralelo e consolo nas letras de Lupicínio.
O caso mais recente foi o do deputado Roberto Jefferson (PTB),
que, depois de ficar no centro das
denúncias de corrupção nos Correios e sentir-se abandonado pelo
governo que outrora lhe deu um
cheque em branco, denunciou o
esquema do "mensalão".
Em seu depoimento à CPI dos
Correios no dia 30/6, Jefferson explicou que o olho roxo que exibia
havia sido resultado de um acidente enquanto buscava uma coleção de Lupicínio em casa -a
estante de discos caiu sobre ele.
Questionado sobre qual música
pretendia ouvir na ocasião, o deputado citou "Nervos de Aço" e
gargalhou -a letra clama contra
uma pessoa "sem sangue nas
veias e sem coração" (veja ao lado). A repercussão da citação levou Jefferson a interpretar a música anteontem, durante sua entrevista no programa de Jô Soares.
Se continuar na mesma seara
musical, não faltarão clássicos de
Lupicínio para Jefferson cantar.
Em "Judiaria", por exemplo, o autor diz: "As coisas ficam muito
boas quando a gente esquece, /
Mas acontece que eu não esqueci
a sua covardia, a sua ingratidão".
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