São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Adaptação de HQ alterna explosões e questões familiares

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO COM A FOLHA

Quando Stan Lee e Jack Kirby inventaram o Quarteto Fantástico, em 1961, super-heróis e "supergrupos" não eram novidades nas histórias em quadrinhos norte-americanas.
Já existiam os voadores, os superfortes, as mulheres com superpoderes etc. Lee contou, em diversas entrevistas, que a grande inovação dele e de seu parceiro foi que eles criaram não um "supergrupo", mas uma família de super-heróis.
E assim nasceu o Quarteto Fantástico: um casal de namorados, o irmão da moça e melhor amigo do rapaz, todos com superpoderes. As reviravoltas dos mais de 40 anos de histórias não caberiam nos 105 minutos do longa-metragem do diretor Tim Story, que estréia hoje. Ele conta o primeiro capítulo: quem são esses quatro e o que fizeram para receber o nome de Quarteto Fantástico.
Assim, são apresentados Reed Richards (interpretado por Ioan Gruffudd) e Ben Grimm (Michael Chiklis), que querem realizar uma expedição científica a uma estação espacial. E eles partem, acompanhados de Sue Storm (Jessica Alba), ex-namorada de Reed; Johnny Storm (Chris Evans), irmão de Sue; e Victor von Doom (Julian McMahon), o milionário que patrocina a viagem.
Algo dá errado, e os viajantes retornam modificados. É aí que começa a parte principal do filme: como os cinco lidam com os resultados destas alterações, que podem ser dons ou maldições.
Reed (o Senhor Fantástico) passa a esticar seu corpo como se fosse de borracha; Sue (a Garota Invisível) pode criar um campo de força e, como o nome diz, ficar invisível; Johnny (o Tocha Humana) consegue inflamar-se; e Ben (O Coisa) vira um ser superforte que parece um monstro de pedra.
Raramente uma história de super-heróis, nas HQs ou no cinema, prescinde de um vilão. Nesta história, ele será Victor von Doom, dotado de misteriosos poderes.
Como na proposta original da dupla Lee e Kirby, o filme mistura super-heróis e laços familiares. Explosões, gente voando e lutas devastadoras alternam-se com discussões entre irmãos, amigos divertindo-se e um casal com problemas.
Aqueles que conhecem bem as HQs do Quarteto Fantástico, os chamados fãs "radicais", ficarão chateados com alguns pontos em que falta "fidelidade" aos quadrinhos, como tudo o que está relacionado ao vilão, Von Doom.
Outros fãs, entretanto, ficarão felizes com os efeitos especiais, as cenas de ação, a semelhança dos atores com os personagens. Esses deixarão o cinema com uma dúvida na cabeça: quem será o vilão da provável seqüência? O Toupeira? Diablo? Galactus?


Quarteto Fantástico
Fantastic Four
  
Direção: Tim Story
Produção: EUA/Alemanha, 2005
Com: Ioan Gruffudd, Michael Chiklis
Quando: a partir de hoje nos cines Kinoplex Itaim, Metrô Santa Cruz, Market Place Cinemark e circuito


Texto Anterior: Cinema: "Quarteto Fantástico" chega com incertezas
Próximo Texto: Morre o roteirista Ernest Lehman
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.