|
Texto Anterior | Índice
Evento teve Chico Buarque e Ferreira Gullar
Homenagem a Clarice Lispector abre a Festa Literária de Parati
EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A PARATI
Os depoimentos do cantor e
compositor Chico Buarque e do
poeta Ferreira Gullar, colunista da
Folha, foram o ponto alto da homenagem à escritora Clarice Lispector, que abriu ontem à noite a
programação oficial da Festa Literária Internacional de Parati
(Flip), na Tenda da Matriz.
Chico fez o público rir ao lembrar de um jantar na casa da autora, em que foi acompanhado de
Vinícius de Moraes e do jornalista
Carlinhos de Oliveira. Avisados
pela escritora de que não haveria
bebida alcóolicas por lá, os três tomaram algumas doses de uísque
antes de ir. Na casa de Lispector,
passada a meia-noite e o efeito do
uísque, a escritora deu a entender
que era tarde. E esqueceu que os
convidara para jantar.
A fala de Gullar foi marcada pela emoção: o poeta lembrou-se do
dia em que Lispector morreu. Um
dia bonito no Rio de Janeiro, em
que ele fez um poema dedicado à
escritora, em que falava como "as
pedras e as nuvens e as árvores no
vento mostravam alegremente
que não dependem de nós".
Os depoimentos eram parte do
espetáculo dirigido por Naum Alves de Souza, em que os atores
João Camargo, Regina Braga,
Aloísio de Abreu, Lícia Manzo e
Marcélia Cartaxo fizeram leituras
de textos de Lispector, inclusive
trechos de "A Hora da Estrela",
cuja versão para o cinema, dirigida por Suzana Amaral, rendeu a
Cartaxo o prêmio de melhor atriz
no Festival de Berlim de 1986.
Antes do início da homenagem
a Lispector, que durou cerca de
uma hora, Liz Calder, a presidente
da Flip, subiu ao palco para abrir
oficialmente a festa e falou da importância dos escritores, sem os
quais o mundo não poderia descobrir ou explorar outros povos,
lugares e culturas. Sobre a possibilidade da Flip mudar de endereço, foi categórica: "De jeito nenhum. A Flip pertence a Parati".
Texto Anterior: Debate: Sesc faz encontro sobre linguagens da arte Índice
|