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Rio terá museu em sua zona portuária
Futura Pinacoteca do Rio vai ocupar palácio em estilo eclético na praça Mauá
Nova instituição, parceria da prefeitura com Fundação Roberto Marinho, não terá acervo fixo e vai expor obras de coleções privadas do Rio
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
O antigo edifício D. João 6º,
na praça Mauá, zona portuária
do Rio, será convertido em museu. Até agora chamado de Pinacoteca do Rio, sairá de uma
parceria entre a Fundação Roberto Marinho e a prefeitura.
Depois de uma disputa pela
posse do prédio, que pertencia
ao ex-banqueiro Edemar Cid
Ferreira e passou para a Docas,
autoridade portuária do Rio, o
palacete acaba de ser desapropriado pela prefeitura e deverá
ser restaurado -dentro do projeto municipal de revitalização
do cais do porto- para abrigar
o futuro museu, com inauguração prevista para 2011.
Ainda não há detalhes das intervenções no espaço e nenhum arquiteto foi escalado
para cuidar da reforma. Segundo o Instituto Pereira Passos,
órgão de planejamento municipal do Rio, será uma adaptação
de R$ 25 milhões -R$ 15 milhões para restaurar o prédio
que ficou abandonado e R$ 10
milhões para instalar o museu.
Os recursos devem vir da
prefeitura, que estuda parcerias com a iniciativa privada.
Segundo o prefeito Eduardo
Paes, o município também tem
condições de arcar com o custo
total das obras no palacete.
Será o primeiro museu carioca gerido por organização social, modelo recém-aprovado
no Rio e já usado em museus de
São Paulo, como a Pinacoteca
do Estado. Nesse tipo de gestão,
o museu recebe uma dotação
orçamentária fixa do poder público, mas toma as próprias decisões internas, como contratações, gastos e outras medidas.
No caso, a Fundação Roberto
Marinho fica encarregada de
ocupar o museu e definir suas
exposições. A princípio, a Pinacoteca do Rio não terá acervo
fixo e fará mostras temporárias
com obras emprestadas de coleções privadas do Rio.
"A gente chama de pinacoteca em rede, porque vai conectar
colecionadores", diz Hugo Barreto, secretário-geral da fundação. Segundo a Folha apurou,
devem integrar as mostras do
espaço obras dos colecionadores João Sattamini, Gilberto
Chateaubriand, Ronaldo Cezar
Coelho, entre outros.
Barreto e o curador Paulo
Herkenhoff, que presta consultoria ao novo museu, reconhecem que será um desafio organizar uma instituição sem
acervo fixo, que pode implicar
uma falta de identidade para o
espaço, mas veem o museu
mais como articulador do que
depositário de uma coleção.
"Não estamos pedindo que
ninguém esquarteje sua coleção para doar para a gente", diz
Barreto. "A gente não pretende
ser proprietário ou comodatário de nenhum acervo."
"Serão exposições sempre
temporárias, porque a ideia é
movimentar coleções", afirma
Herkenhoff. "Uma das intenções desse projeto é fortalecer
o colecionismo." Por esse mesmo motivo, o curador discorda
do nome até agora dado ao museu, já que pinacoteca se refere
a uma coleção de pinturas.
"O perfil, a vocação e a missão desse museu ainda estão
por serem discutidos publicamente", conclui Herkenhoff.
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