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Contra crise, gravadoras relançam CDs
Baixo custo de reedição do catálogo e público-alvo com alto poder aquisitivo minimizam efeitos da pirataria
Para atrair as vendas, discos voltam às lojas com encartes luxuosos, áudio remasterizado e composições inéditas
CARLOS MESSIAS
DO "AGORA"
As seções de CDs das megastores remetem hoje à época de prosperidade da indústria fonográfica.
Estão lá toda a obra de Jimi Hendrix, álbuns dos Rolling Stones, de Iggy & The Stooges e do The Clash, além de caixas de Dolores Duran, Wilson Simonal, Jorge Ben Jor e Raul Seixas.
Devolvidos ao mercado, esses trabalhos têm como atrativos o áudio remasterizado, encartes caprichados, DVDs com versões alternativas e composições inéditas.
"Esse tipo de produto ganhou muita força", afirma Marcus Fabrício, diretor de marketing da Sony. "Vale a pena oferecer um material mais rico", diz.
E mais está por vir. Até o fim do ano, estão previstos relançamentos de Legião Urbana, John Lennon, Pink Floyd, Baden Powell e Miles Davis, além de boxes de Gal Costa, Nana Caymmi, Milton Nascimento e Tim Maia.
"O catálogo ajuda a contrabalançar as perdas da pirataria", explica Fernanda Brandt, coordenadora de marketing estratégico da Warner. "Essa é uma tendência que aumentou muito de cinco anos para cá", afirma.
Entre as vantagens está o baixo custo em comparação ao investimento necessário para lançar um título do zero.
"É muito mais vantajoso colocar no mercado um artista para o qual você já tenha um comprador pronto", diz Jorge Lopes, diretor de vendas da EMI. Ele estima que 40% do investimento e 60% da receita da gravadora estão relacionados ao catálogo.
Outra vantagem do filão seria o público-alvo, pertencente às classes A e B e com idade superior a 35 anos. Seduzido pelos atrativos "de colecionador", ele seria menos suscetível à tentação da pirataria.
"Não chega a ser a solução para a crise, mas ajuda a fechar a conta", afirma Alice Soares, gerente de marketing estratégico da Universal.
JOSÉ SIMÃO
O colunista é publicado no caderno Copa 2010
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