São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011

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teatro

São José do Rio Preto requenta festivais

Evento capricha nas atrações internacionais e recupera para o público local peças que já estiveram em cartaz

Abertura é igual à que deu largada à Curitiba; destaque fica para "Where Were You in January 8th", do Irã

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A 11ª edição do FIT (Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto) apresenta a partir de hoje boas novidades para quem mora na cidade e acompanha a cena teatral da região.
Mas, para o público de São Paulo e para quem frequenta outros festivais, parte considerável da programação parece requentada.
Os repetecos são vários, exceto pelas atrações internacionais, que ano após ano têm marcado o festival como uma das vitrines mais interessantes do país -e fazem valer a viagem até o oeste paulista.
Neste ano, são cinco as produções que vêm de fora contra 34 peças produzidas em território nacional.
O festival começa com o mesmo espetáculo que, em março, deu largada ao roteiro do Festival de Curitiba, "Sua Incelença, Ricardo III", da Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte. E se encerra, no dia 16, com "Till -°A Saga de um Herói Torto", peça dos mineiros do grupo Galpão, montagem que já viajou pelo país.
"Ópera dos Vivos", da Cia. do Latão, a trilogia "Tríptico", do Club Noir, "A Dócil", do Folias d'Arte, "Helena Pede Perdão e É Esbofeteada", do Tablado de Arruar, e a carioca "Savana Glacial", da Cia. Físico de Teatro, são exemplos de montagens que já passaram por São Paulo.
"Oxigênio", da Companhia Brasileira de Teatro, foi destaque no Festival de Curitiba. Já esteve no Rio e em breve vem a São Paulo.
O evento, de qualquer forma, tem como público o espectador local.
A organização do evento estima que 85 mil pessoas assistiram aos espetáculos apresentados na edição do ano passado.
Desse total, apenas cerca de 10% desembarca de outras cidades em São José do Rio Preto, e boa parte dessa fatia tem origem em municípios vizinhos.

ATRAÇÕES DE FORA
Das atrações internacionais, chama a atenção a vinda dos iranianos Mehr Theatre Group, que passaram por mostras europeias, como o Festival de Outono de Paris.
Com a história de um homem em débito com o serviço militar, "Where Were You in January 8th" (onde você estava em 8 de janeiro) reforça os contornos políticos desta edição do evento.
Segundo José Fernando Peixoto, um dos quatro organizadores, a politização está mais presente na forma do que no discurso, o que se faz notar em "Gardenia", do grupo belga C de La B, e no espetáculo argentino "Apátrida", de Rafael Spregelburd, que subverte questões relacionadas ao conceito de nação.
As peças inscritas para a seleção do FIT, diz Peixoto, sinalizam um momento específico do teatro, em que prevalecem "estratégias de apropriação da realidade", muitas vezes com pesquisas documentais e históricas.
É o que ocorre, por exemplo, na produção chilena "Villa + Discurso", de Guillermo Calderón, cujo texto cria um discurso de despedida da ex-presidente do Chile Michelle Bachelet.


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