|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MORUMBIFASHION BRASIL
Fause Haten e camisetas fazem bom verão
Paulo Giandalia/Folha Imagem
|
Ana Claudia Michels em top de renda pink e calça jeans baixa da Zoomp |
da Redação
O estilista Fause Haten foi o destaque do segundo dia dos desfiles
do MorumbiFashion Brasil, que
termina hoje em São Paulo depois
de mostrar a moda para a primavera-verão 1999/2000 de 17 marcas, nas salas montadas no pavilhão Manoel da Nóbrega (parque
Ibirapuera, zona sudoeste de SP).
Ao som de bateria de escola de
samba, crus e beges deram o ponto de partida para Haten. A coleção foi construída a partir de círculos que envolvem o corpo em
elipse ou sobre tecidos moldados
em quadrado.
Pela primeira vez lidando com
estamparia, o estilista usou a técnica da fotocromia para registrar
rostos em êxtase e na ala das baianas fotografadas de cima.
O estilista usou neoprene com
um novo toque e caimento, fazendo nervuras e trabalhando com a
modelagem (moulage) na casaca
de tiras duplas do mesmo tecido.
Tailleurs, vestidos e bolsas jeans
sem lavagem e no algodão ganharam bordados de canutilhos, crescendo em refinamento. Bolsas e
escarpins forrados com os mesmos tecidos da coleção encantaram pela surpresa das cores, marcando a boa edição do desfile. Haten faz seu Carnaval particular.
A Iódice fez um desfile que surpreendeu pela linha masculina,
solta, urbana e muito usável, mesmo nos looks de terno laranja ou
no couro; mesmo na camisa vermelha de pences e costuras no cotovelo. O uso dos materiais diferenciados como os amarrotados
deu toque fashion sem afastar a
marca de seu caráter acessível,
desdobrado em muitos brancos e
formas retas.
O feminino se limpou dos excessos de referências de coleções
anteriores da Iódice e veio moderninho, mais voltado para experimentalismos formais e de produção de moda -cheia de acessórios como as polainas. Acertou
mais na simplicidade da saia evasê de couro vermelha com t-shirt
branca e sapato forrado de jeans,
como na modelo Sandra Steuer.
Outros looks, como os
vestidos de jérsei repuxados atrás, e as saias
usadas com grandes
cintos, mostraram-se
um pouco mais duros
e herméticos.
O masculino da
Zoomp, sempre tão
bom, neste desfile não
apareceu. Estratégias
de lançamento, parece
(deve haver mais um
desfile só dessa linha).
Ficou um feminino
que confundiu sensualidade com vulgaridade. Vale citar Versace para lembrar que
é preciso muito mais
que uma saia curta,
um salto alto ou uma
rendinha transparente
para fazer moda sexy.
Uma regata de alcinhas pink com short
de oncinhas usado em
Tatiana Rossi talvez
seja boa imagem para
isso. Melhor ficar com
as calças jeans retas e
mais curtas com barrados de renda; no
jeans sem cós masculino -e superfeminino
ao mesmo tempo
-que fechou o desfile
com o microtop de
renda rosa (o melhor
material) na belíssima
Ana Claudia. O jeans
estampado de onça é
divertido e funciona.
Renato Loureiro brincou com a
dualidade das formas de freiras e
padres, aqui em versão nerd. Trabalhou à vontade nos jeans em
grandes saias plissadas e terninhos cheios de estilo, nos básicos
navy e no vestido branco camisola de alcinha. As sapatilhas de
strass são puro fetiche e os sintéticos furadinhos em vestidos com
barrado ondulado estão entre as
melhores peças já feitas pelo estilista mineiro, mas empastelaram
ali na sequência de peças bicolores tipo noviça com som do melhor/pior do brega. Loureiro deve
vir mais concentrado.
A Patachou, outra marca mineira, não fez muito mais que os desdobramentos de criativas saias
(pareô roxa de tricô; tipo lenço,
em branco sintético macio; nas
estampas de Brasil Colônia que
não chegaram a decolar). As regatinhas de alça bem fina, roxa ou
verde, já nascem hit, idem para a
calça de flor reta. Está mais do que
bom para um verão.
(ERIKA PALOMINO e CESAR FASSINA)
Desfiles de hoje: Walter Rodrigues
(18h), Lino Villaventura (19h), FIT (20h),
Ricardo Almeida (21h)
Texto Anterior: A imagem da juventude do fim do século 20 Próximo Texto: Bastidores Índice
|