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Funarte coloca acervo na internet
A instituição estréia hoje o portal Canal Funarte, que disponibilizará gravações raras e imagens reunidas em 30 anos
Apresentações do Projeto Pixinguinha, álbuns da Coleção Funarte e fotos de peças de teatro são o filé mignon da programação
RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Projeto Pixinguinha, organizado pela Funarte (Fundação
Nacional de Artes), deu pano
para manga desde que surgiu,
em 1977, tanto por trazer novos
nomes da música nacional, como Djavan e Cássia Eller, quanto por promover memoráveis
(e improváveis) encontros no
palco, como Johnny Alf e o grupo A Cor do Som. Os shows foram interrompidos em 1997,
voltaram em 2004, e, de lá para
cá, seus registros em fitas cassete resistiram ao tempo nos
arquivos da Funarte.
Nunca lançado em disco, o
material passa direto para a era
virtual. Mais de 4.000 canções
interpretadas no projeto poderão ser ouvidas a partir de hoje
no portal Canal Funarte, no endereço www.funarte.gov.br.
Na página, terão vizinhos igualmente nobres, também saídos
do acervo da instituição.
Entre o mais de um milhão
de itens que a Funarte adquiriu
em 30 anos, foram selecionadas cerca de 20 mil imagens e
23 mil músicas. O portal sediará preciosidades como os prestigiados 65 álbuns da Coleção
Funarte, com composições de
gente como Garoto e Custódio
Mesquita em interpretações de
Ney Matogrosso, Marlene e outros, e fotos de peças de teatro
montadas no Rio dos anos 40
aos 80 (veja destaques ao lado).
O Canal Funarte, diz Vitor
Ortiz, diretor do Centro de
Programas Integrados da Funarte (Cepin), foi criado para
ajudar no cumprimento de
uma das finalidades da instituição: difundir a produção cultural do país. "Significa que uma
parcela da arte nacional que até
então estava restrita a quem ia
pessoalmente à nossa sede, no
Rio, estará ao alcance do mundo inteiro", diz Ortiz.
A exemplo do que acontece
em outros acervos sonoros virtuais, como o do Centro Cultural São Paulo (CCSP) e o do
Instituto Moreira Salles (IMS),
as músicas ficarão disponíveis
apenas para audição, e não para
download. Isso acontece em
respeito aos direitos autorais
dos artistas envolvidos nas gravações -a Funarte assinou um
contrato com a Ecad (Escritório Central de Arrecadação e
Distribuição) para pagar os direitos referentes a cada música.
Estas entrarão aos poucos na
programação da rádio, que será
atualizada semanalmente.
Levar o material para a internet é o movimento final de um
trabalho -ainda em andamento- que inclui a digitalização e
catalogação do acervo. Para isso e para a criação do portal, a
Funarte recebeu um patrocínio de R$ 2 milhões da Petrobrás via lei de incentivo. "A
parte mais difícil é tratar, digitalizar e catalogar. Muitos dos
negativos, por exemplo, estavam em envelopes sem nenhuma informação", conta Paulo
Cesar Soares, coordenador artístico do Canal Funarte.
O portal deve servir ainda como instrumento de pesquisa.
"Ele terá um papel de prestação de serviços, incluindo dados sobre leis de incentivo Brasil afora e informações sobre
teatros no país", diz Antônio
Grassi, presidente da Funarte.
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