São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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Lado oculto de Samson Flexor é exposto em SP

Mostras no MAC e no Moreira Salles reúnem desenhos e aquarelas, vertentes pouco conhecidas do artista romeno

Flexor foi um expoente da arte abstrata no Brasil; exposições ganharam no país um grande reforço de coleções nacionais


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há 60 anos, chegava ao Brasil, depois de expor no país, o artista nascido na então Romênia Samson Flexor (1907-1971), para tornar-se um dos expoentes da arte abstrata brasileira. Em duas mostras, no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC) -a partir de hoje para o público- e no Instituto Moreira Salles, a partir de amanhã (leia texto sobre ela ao lado), vertentes um tanto desconhecidas da produção desse artista são tematizadas: o desenho e a aquarela. De fato, as duas exposições nasceram juntas, no ano passado, e circularam por Moldávia, França, Romênia e Bélgica. "Essas exposições foram criadas para comemorar os cem anos de nascimento de meu pai, nos locais onde ele viveu", conta André Flexor, filho do artista e coordenador das exposições. São Paulo é a primeira estação no roteiro brasileiro, que inclui ainda Rio de Janeiro e Poços de Caldas. Para esse circuito nacional as exposições ganharam um significativo aporte de obras, por contar com coleções brasileiras, como no caso do MAC, que possui mais de cem obras de Flexor, segundo a curadora da mostra no museu, Carmem Aranha. "A intenção da exposição que organizamos aqui é mostrar os pontos de transformação do artista por meio de seus desenhos", conta a curadora, que selecionou 76 trabalhos do artista. Dessa forma, em quatro segmentos, a mostra divide a produção de Flexor num sentido cronológico inverso: começa por suas últimas obras até chegar ao início de sua carreira. Apesar de a mostra no MAC ser essencialmente composta por desenhos, uma pintura a óleo pontua o período correspondente em cada um dos segmentos. "O óleo dá uma corporeidade ao processo que pode ser visto no desenho", conta Aranha, ao apontar "Carrasco", de 1968, a primeira pintura da mostra, como um bom exemplo dessa visualidade. "Carrasco" faz parte do segmento denominado Organismo, no qual o artista, conhecido especialmente pela abstração, retoma o tema da figura. Concisa, a mostra busca expor o processo de criação por meio de "um diário gráfico para a construção do pensamento espacial", segundo sua curadora.

SAMSON FLEXOR - A DOBRA DO DESENHO
Onde: Museu de Arte Contemporânea da USP (rua da Reitoria, 160, tel. 0/ xx/11/3091-3039)
Quando: de ter. a sex., das 10h às 18h, sab. e dom., das 10 às 16 h. Até 21/9
Quanto: entrada franca
Classificação indicativa: livre



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