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OUTRO CANAL
DANIEL CASTRO - dcastro@folhasp.com.br
Paula Huven/Folha Imagem
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Elder Gatelli se exercita na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Record vai adaptar contos de Machado e de Guimarães Rosa
A Record vai investir no filão
de adaptações para a TV de
obras de grandes autores da literatura nacional -algo que a
Globo, que tenta imitar, já faz.
A emissora exibirá no final
do ano um especial com dois
contos, um de Machado de Assis (1839-1908) e outro de João
Guimarães Rosa (1908-1967).
O primeiro servirá para lembrar os cem anos da morte do
autor carioca; o segundo, para
comemorar os cem anos do
nascimento do escritor mineiro. O especial se chamará "200
Anos de História".
De Machado, a Record encenará "Os Óculos de Pedro Antão", em que um rapaz visita
pela primeira vez o misterioso
casarão que herdou de um tio.
De Guimarães Rosa, será
adaptado "A Hora e Vez de Augusto Matraga", sobre um fazendeiro que, dado como morto, perde a mulher e a filha e
duela com um jagunço, "uma
mistura de epopéia e faroeste
passada no sertão de Minas",
na definição do roteirista Sérgio Augusto de Andrade, diretor-geral do projeto da Record
ao lado de José Amâncio (mais
conhecido por comandar o reality show "O Aprendiz").
Os dois contos serão realizados por produtoras independentes (Contém Conteúdo e
Bossa Nova) e gravados em locações (o de Machado no Rio e
o de Guimarães Rosa, em MG).
Os diretores serão Adolfo Rosenthal e Willy Biondani (este
um requisitado diretor de filmes publicitários). "Eles têm
uma cultura de cinema excepcional", vende Andrade.
O elenco ainda não foi definido, mas a idéia da Record é escalar alguns dos principais nomes de suas novelas.
MERA COINCIDÊNCIA
Em "Caminho das Índias", próxima novela das oito da
Globo, Juliana Paes viverá um amor impossível pelo intocável Márcio Garcia. Entre eles, haverá
Rodrigo Lombardi. Em "O Clone"
(2001), Giovanna Antonelli era apaixonada por Murilo Benício, mas fora forçada a casar com Dalton Vigh. Seria
"Caminho das Índias" um clone de "O
Clone"? A autora Glória Perez (foto)
discorda. "Toda novela conta a história de um amor impossível. O
que variam são as impossibilidades. No caso de Jade [Giovanna]
e Lucas [Benício], eram personagens de culturas diferentes. No
caso de Maya [Juliana] e Bahuan [Garcia], os personagens
pertencem à mesma cultura,
e o impedimento está em algo
que ainda não foi mostrado
na TV: o sistema de castas."
HOMEM-MOVIMENTO
Intérprete de um professor de kung fu
em "Negócio da China", o paranaense
Elder Gatelli, 28, ainda está se iniciando
na arte marcial, mas já se considera especialista em movimento de corpo.
"Meu trabalho sempre foi de corpo. É
uma pesquisa que faço no teatro", conta. Como assim? "Sempre fiz dança, mímica, vitrine viva, dança de rua, balé
moderno. Na peça "A Metamorfose", de
Kafka, meu trabalho era fazer o público
ver uma barata." "Negócio" será a primeira novela de Gatelli, que já trabalha
na Globo como ensaiador de "Toma Lá,
Dá Cá". Jasão, seu personagem, sonha
ter um filho, mas sua mulher não quer.
PESQUISA
O autor Manoel Carlos pediu a seus colaboradores que
lhe enviem tudo o que encontrarem de notícia sobre
pesquisa científica no Brasil
e no exterior. Ele pensa em
fazer merchandising social
com o tema em sua próxima
novela, que substituirá "Caminho das Índias". "É como
eu sempre começo", revela.
TV DEMOCRÁTICA
A Sky fará nos próximos dias "ajustes" no seu recém-lançado modelo de TV pré-paga, em que o assinante compra cartões em lotéricas para ver TV de uma semana a
um mês. Para atingir a classe C, a operadora vai baratear
a antena e o decodificador. Hoje a R$ 300, essas peças
passarão a ser vendidas a R$ 150, em suaves prestações e
sem custo de instalação. Segundo Luiz Eduardo Baptista
da Rocha, presidente da Sky, a operadora irá subsidiar os
equipamentos. O executivo acredita que a iniciativa poderá duplicar o número de assinantes no país.
PERGUNTA INDISCRETA
FOLHA - Você está com o sotaque um pouco mais neutro, menos caipira. O que aconteceu? Está tendo aulas com a Maria do
Céu (Deborah Secco)?
VERA HOLTZ (atriz) - Ela
perdeu o sotaque rápido,
né (risos)? Eu tento tirar
[o sotaque caipira] da Violeta [personagem que interpretará na próxima novela das sete da Globo,
"Três Irmãs"]. Faço exercícios para isso. A Violeta
não pode ter sotaque. Ela
é rica, tem dinheiro, foi
muito mimada.
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