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Quinzena de Filmes completa mostra
Ciclo com 39 títulos reúne produções experimentais e longas pouco conhecidos de Godard e Fassbinder
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Cinema deve ser visto no lugar para o qual ele foi feito, a sala de exibição: o princípio leva
os 39 títulos da Quinzena de
Filmes da 27ª Bienal de São
Paulo para os cines Bombril
(até o próximo dia 18) e Segall
(até o dia 22).
A programação do ciclo, no
entanto, se mantém ligada ao
tema da Bienal, "Como Viver
Junto", e também aos dois blocos que o estruturam, "Projetos
Construtivos" e "Programas
para a Vida".
No primeiro, serão exibidos
apenas os curtas e médias-metragens experimentais de dois
artistas, o norte-americano
Gordon Matta-Clark (1943-1978), que explorou os subterrâneos de Nova York ("Substrait", de 1976) e de Paris
("Sous-Sols de Paris", de 1977),
e o neozelandês Len Lye (1901-1980), que fazia animação com
desenhos na própria película.
O segundo bloco inclui também trabalhos de caráter experimental, como os curtas de observação da francesa Dominique Gonzalez-Foerster.
Em "Atomic Park" (2004),
vemos pessoas no deserto de
White Sands (Novo México,
EUA); em "Central" (2001), o
movimento no ferryboat de
Hong Kong; em "Plages"
(2001), a véspera do Ano Novo
em Copacabana.
E, por falar em Rio de Janeiro, a outra praia mais famosa da
cidade é o cenário de seu longa
"Ipanema Theories" (1999),
sem som, que será exibido em
"projeção colaborativa" com a
participação do DJ Donatinho.
Gonzalez-Foerster estará em
São Paulo durante a Quinzena
de Filmes, bem como os brasileiros Cao Guimarães (que promove a pré-estréia do documentário "Andarilho", rodado
em uma estrada de Minas Gerais), Ivan Cardoso (que terá
exibidos os curtas "Dr. Dyonélio", de 1978, "Hi-Fi", de 1999, e
"Heliorama", de 2004) e Julio
Bressane (com o clássico "Matou a Família e Foi ao Cinema",
de 1969).
A seção "Programas para a
Vida" traz ainda obras bem
pouco conhecidas no Brasil de
dois cineastas-chave do século
20, o franco-suíço Jean-Luc
Godard e o alemão Rainer Werner Fassbinder (1945-1982).
Em "Sympathy for the Devil/
One Plus One" (1968), Godard
usa os Rolling Stones para promover leitura bem particular
dos anos 60. "Warnung von Einer Heligen Nutte" (cuidado
com a puta sagrada) (1971) é
uma paródia de Fassbinder aos
bastidores de uma filmagem.
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