São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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Quinzena de Filmes completa mostra

Ciclo com 39 títulos reúne produções experimentais e longas pouco conhecidos de Godard e Fassbinder

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Cinema deve ser visto no lugar para o qual ele foi feito, a sala de exibição: o princípio leva os 39 títulos da Quinzena de Filmes da 27ª Bienal de São Paulo para os cines Bombril (até o próximo dia 18) e Segall (até o dia 22).
A programação do ciclo, no entanto, se mantém ligada ao tema da Bienal, "Como Viver Junto", e também aos dois blocos que o estruturam, "Projetos Construtivos" e "Programas para a Vida".
No primeiro, serão exibidos apenas os curtas e médias-metragens experimentais de dois artistas, o norte-americano Gordon Matta-Clark (1943-1978), que explorou os subterrâneos de Nova York ("Substrait", de 1976) e de Paris ("Sous-Sols de Paris", de 1977), e o neozelandês Len Lye (1901-1980), que fazia animação com desenhos na própria película.
O segundo bloco inclui também trabalhos de caráter experimental, como os curtas de observação da francesa Dominique Gonzalez-Foerster.
Em "Atomic Park" (2004), vemos pessoas no deserto de White Sands (Novo México, EUA); em "Central" (2001), o movimento no ferryboat de Hong Kong; em "Plages" (2001), a véspera do Ano Novo em Copacabana.
E, por falar em Rio de Janeiro, a outra praia mais famosa da cidade é o cenário de seu longa "Ipanema Theories" (1999), sem som, que será exibido em "projeção colaborativa" com a participação do DJ Donatinho.
Gonzalez-Foerster estará em São Paulo durante a Quinzena de Filmes, bem como os brasileiros Cao Guimarães (que promove a pré-estréia do documentário "Andarilho", rodado em uma estrada de Minas Gerais), Ivan Cardoso (que terá exibidos os curtas "Dr. Dyonélio", de 1978, "Hi-Fi", de 1999, e "Heliorama", de 2004) e Julio Bressane (com o clássico "Matou a Família e Foi ao Cinema", de 1969).
A seção "Programas para a Vida" traz ainda obras bem pouco conhecidas no Brasil de dois cineastas-chave do século 20, o franco-suíço Jean-Luc Godard e o alemão Rainer Werner Fassbinder (1945-1982). Em "Sympathy for the Devil/ One Plus One" (1968), Godard usa os Rolling Stones para promover leitura bem particular dos anos 60. "Warnung von Einer Heligen Nutte" (cuidado com a puta sagrada) (1971) é uma paródia de Fassbinder aos bastidores de uma filmagem.


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