São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Festival aplaude biografia sobre Arnaldo Baptista

"Loki" aborda Mutante e passará apenas na TV

SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O filme mais aplaudido na disputa da Première Brasil no Festival do Rio 2008 não é uma ficção e não será lançado nos cinemas. O documentário "Loki -Arnaldo Baptista", de Paulo Henrique Fontenelle, foi ovacionado pela platéia (de pé) durante cinco minutos, no sábado à noite, no Cine Odeon.
Primeiro longa-metragem produzido pelo Canal Brasil, o título estreará exclusivamente na grade da emissora. Exibições em salas serão restritas a outros festivais.
"Tenho minhas dúvidas se todo documentário tem que ir para o cinema. Acho que a gente tem que investir e apostar no caminho do documentário na TV", afirma o produtor-executivo do filme e gerente de marketing e novos projetos do Canal Brasil, André Saddy.
Cinebiografia do músico Arnaldo Baptista, o longa revisita sua história, desde a criação dos Mutantes até a rotina atual, dedicada às artes plásticas, na casa em que vive, em Juiz de Fora, Minas Gerais.
No início do filme, Arnaldo Baptista cita os grandes capítulos de sua vida -"o acidente e quase morte, a paixão pela cantora Rita Lee, os Mutantes" etc.- e dá início à pintura de um quadro em que representará "as partes de sua identidade como uma evolução".
No centro da tela, ele escreve "sinto muito". É uma expressão de duplo significado, como explicou, no dia seguinte, à Folha: "Meu modo de ser é levado por essa frase, que envolve o fato de pedir desculpas e o fato de eu possuir uma sensibilidade acima de uma certa etapa".
As relações de amor de Baptista -tanto com Rita Lee, cujo rompimento derivou no fim dos Mutantes, como com a atual mulher, Lúcia Barbosa- compõem o cerne do documentário, ao lado da trajetória da banda, recuperada em arquivos de foto e vídeo.
Sobre Rita Lee, que ele começou a namorar na adolescência, quando ela lhe "lembrava a Michelle, do The Mamas & The Papas", Arnaldo diz: "Eu tinha um gosto que talvez não conseguisse expressar por ela. Foi a minha primeira mulher. [O universo feminino] era algo misterioso para mim".
A respeito de Lúcia, fã que cuidou dele nos três meses de internação hospitalar, após sua tentativa de suicídio, em 1982, e a quem ele chama de "minha menina", Baptista afirma: "A força de Lucinha ia entrando em mim e eu passei a ver a enorme diferença que existe entre o homem e a mulher".
O diretor diz que tentou ouvir Rita Lee, que se recusou a falar, "mas foi solícita em liberar as imagens de arquivo".


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