JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um trio de jazz que já abriu shows de Wilco e Pixies, que toca versões de Aphex Twin e Black Sabbath, e que em menos de dez anos de atividade já está na quarta visita ao Brasil. Esse é o improvável The Bad Plus, que toca hoje no Bourbon Street, fechando a turnê que passou por Santos e Rio de Janeiro. Os americanos Reid Anderson (baixo), David King (bateria) e Ethan Iverson (piano) estiveram aqui pela primeira vez em 2003, no Tudo É Jazz, festival de Ouro Preto (MG). Três anos depois, o Bad Plus veio como atração do Tim Festival carioca, tocando para uma platéia em pé, em noite encerrada por Caetano Veloso. No ano passado, o grupo lotou dois shows no Centro Cultural Banco do Brasil, em SP. Hoje, a maioria da platéia estará sentada. "Acho que nossa música flui melhor nessas casas intimistas", diz o baixista Reid Anderson. "Claro que me sinto um cara bastante sortudo por poder abrir para bandas de rock de vez em quando. Poucos dos nossos colegas têm a chance de tocar para esse tipo de público, com som bem alto. Mas precisamos de um lugar mais adequado à nossa dinâmica, para podermos ir dos sons mais calmos aos mais pesados." Nos cinco álbuns de estúdio, o Bad Plus sempre alternou composições próprias com regravações de sucessos pop. Com o próximo CD, previsto para o fim do mês, o grupo vai radicalizar. "For All I Care" será todo de versões. "Feeling Yourself Disintegrate", do Flaming Lips, e "How Deep Is Your Love", do Bee Gees, estão no pacote, assim como três peças de compositores eruditos. Reid diz que a banda só decide o que vai tocar dez minutos antes de pisar no palco. Mas as releituras, por vezes criticadas pelos puristas, estarão no cardápio.

THE BAD PLUS
Quando: hoje, às 22h
Onde: Bourbon Street (r. dos Chanés, 127, tel. 0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 85
Classificação indicativa: 18 anos ou 16 anos acompanhado de um maior responsável

Texto Anterior: Sérgio dias pede desculpas
Próximo Texto: Música: Clipes radiografam carreira do Cure
Índice