São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

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CONEXÃO POP

Rock do BR e soul dos EUA


Goianos Black Drawing Chalks e o norte-americano Mayer Hawthorne lançam discos obrigatórios


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

COM BANDAS pipocando todo dia, com a avalanche de músicas e remixes pela internet, tornou-se incomum nos apegarmos a um disco por um bom tempo. Mas, há uns meses, "Life Is a Big Holiday for Us" teima em não sair de perto. É o disco de estreia do Black Drawing Chalks, quarteto de Goiânia que já foi comentado neste espaço.
E volta porque é raro termos no Brasil um álbum tão forte, bem tocado, divertido, coeso quanto este.
É o tipo de disco que não cansa. Talvez pela habilidade em imprimir rapidez, peso e melodias pop a canções como "My Favorite Way", "The Legend", "Free from Desire". Queens of the Stone Age, Mars Volta, vocais punks. Não falta nada.
Ao vivo, o Black Drawing Chalks é ainda mais poderoso. Difícil encontrar banda brasileira que se comporte de forma tão animada e ao mesmo tempo agressiva no palco.

 


Não sei, mas arrisco que essa banda não vai se soltar rapidamente do mercado brasileiro.
No Porão do Rock, festival enorme ocorrido há poucos dias em Brasília, amigos me contaram, o BDC foi bastante elogiado pelos caras do Eagles of Death Metal.
O clipe em animação de "My Favorite Way" é caprichadíssimo (veja no YouTube). As letras em inglês, é claro, jogam a favor.
"Life Is a Big Holiday for Us" saiu pelo selo Monstro. Dá para ouvir as faixas em www.myspace.com/blackdrawingchalks.

 


Alguns leitores e amigos me intimaram há algumas semanas a ouvir "A Strange Arrangement", primeiro disco do cantor, compositor, produtor, DJ e (só mais um) multi-instrumentista norte-americano Mayer Hawthorne. O álbum saiu na primeira semana de outubro.
Não havia dado muita bola aos avisos, talvez porque estivesse entretido com o Black Drawing Chalks, ou com a ensolarada dupla Girls, com os comentadíssimos The XX, ou com o afiado pernambucano João do Morro.
Vacilo meu. Imaginava "A Strange Arrangement" como mais um álbum revivalista e nostálgico de soul. Vai muito além. Hawthorne costura arranjos sinuosos, surpreendentes, que dão às canções um sabor otimista e sofisticado.
O único senão é a voz de Hawthorne (cujo nome real é Andrew Cohen), de pouco alcance. Mas que não impede canções como "Just Ain't Gonna Work It Out" e "Maybe So, Maybe No" de atingir voos elevados. Estou enganado? Exagerando? Será? Veja em www.myspace.com/mayerhawthorne.

 


"Área restrita somente para humanos. Denuncie os não humanos." "Distrito 9", ficção científica aguda que coloca alienígenas sob ações preconceituosas, xenofóbicas, estreia na semana que vem. Cartazes promovendo o filme já pousaram, em estações de metrô de São Paulo.

thiago.ney@uol.com.br


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