São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Tomas quem?

Poeta sueco desconhecido no Brasil, Tomas Tranströmer ganha Nobel de Literatura

Jessica Gow - 31.mar.11/AP/Scanpix
Opoeta sueco Tomas Tranströmer, em sua casa em Estocolmo

DE SÃO PAULO

O poeta sueco Tomas Tranströmer, 80, ganhou ontem o Nobel de Literatura.
Psicólogo que já trabalhou com adolescentes infratores e pianista, o autor já foi traduzido para mais de 60 idiomas, segundo a Academia Sueca, que concede o prêmio.
Tranströmer não tem livros publicados no Brasil. Conhece-se no país apenas um poema traduzido, por Marta Manhães de Andrade, na coleção "Poesia Sempre", da Fundação Biblioteca Nacional.
Desde 96, quando ganhou a polonesa Wislawa Szymborska (que só veio a ser editada no Brasil mês passado), o Nobel não ia para um poeta.
Além dela, outros nomes poucos conhecidos venceram nos últimos anos, como Herta Müller e Elfriede Jelinek.
Mas Tranströmer não é de todo uma surpresa. Principal poeta vivo em seu idioma, era cotado havia anos e um dos favoritos ao prêmio nas casas de apostas inglesas.
A Academia Sueca negou ter beneficiado o compatriota, lembrando que o país não era agraciado desde 1974, com a premiação de Eyvind Johnson e Harry Martinson.
O Nobel jamais foi dado a um autor brasileiro -o português José Saramago é o único ganhador em nossa língua.
Dos últimos dez premiados, oito são da Europa -as exceções foram o sul-africano J.M. Coetzee e o peruano Mario Vargas Llosa-, pelo que a Academia já foi acusada de pouco enxergar além das fronteiras do continente.
Em curta nota, como de costume pouco esclarecedora, a academia afirmou ter dado o prêmio a Tranströmer "porque, através de suas imagens condensadas e translúcidas, ele nos dá um acesso renovado à realidade".
O novo Nobel sofreu um derrame em 1990 que lhe paralisou parte do corpo e afetou sua fala. Numa entrevista por escrito ao jornal espanhol "El País", Tranströmer disse que "o poema não é outra coisa senão um sonho que realizo na vigília".
Na mesma entrevista, conta por que escolheu a psicologia como carreira. "Percebi que não poderia alimentar uma família escrevendo poesia, de modo que escolhi uma profissão que não perturbasse a escrita, mas que lhe agregasse experiência."
Não terá mais essa preocupação: receberá o equivalente a R$ 2,68 milhões pelo prêmio. (FABIO VICTOR, AMANDA QUEIRÓS E MARCO RODRIGO ALMEIDA)

FOLHA.com
Leia análise da obra e poema do novo Nobel
folha.com/no986556




Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Raio-X: Tomas Tranströmer
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.