|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA
Livro ilumina questões habitacionais
ANDRÉ STOLARSKI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nas periferias paulistanas, os mutirões autogeridos, longe de serem experiências emergenciais, restritas e
degradantes, poderiam ser o
lugar da expressão popular de
transformações sociais.
Com essa vocação, os mutirões guardariam o potencial de
retomar o "fio da meada" rompido no "impasse da arquitetura, de esquerda e moderna,
diante das questões da habitação popular", na expressão de
Roberto Schwarz. Para entender em que consiste esse impasse, é preciso examinar a trajetória do arquiteto Vilanova
Artigas e as experiências de
seus discípulos-dissidentes
Sérgio Ferro, Flávio Império e
Rodrigo Lefèvre, batizadas de
"arquitetura nova".
Esse é o argumento do livro
"Arquitetura Nova", de Pedro
Arantes. Com rigor histórico e
clareza conceitual, articula
uma história em que as discussões estéticas envolvidas são
apresentadas. O ponto de partida são os anos 60. Com o regime militar, acirra-se o debate
entre os arquitetos que, como
Artigas, acreditavam nas possibilidades do desenho e da tecnologia e aqueles que, como o
grupo da arquitetura nova,
questionavam a alienação produzida pelo desenho na construção e propunham uma "pedagogia do canteiro".
Iluminando passado e presente, o livro é indispensável
para compreender a história
recente de nossa arquitetura.
Arquitetura Nova
Autor: Pedro Fiori Arantes
Editora: 34
Quanto: R$ 27 (256 págs.)
Texto Anterior: Arquitetura: "Mutirão revê relações de produção", diz Sérgio Ferro Próximo Texto: Crítica: Maria Bethânia canta viva no Multishow Índice
|