São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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CRÍTICA

Livro ilumina questões habitacionais

ANDRÉ STOLARSKI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nas periferias paulistanas, os mutirões autogeridos, longe de serem experiências emergenciais, restritas e degradantes, poderiam ser o lugar da expressão popular de transformações sociais.
Com essa vocação, os mutirões guardariam o potencial de retomar o "fio da meada" rompido no "impasse da arquitetura, de esquerda e moderna, diante das questões da habitação popular", na expressão de Roberto Schwarz. Para entender em que consiste esse impasse, é preciso examinar a trajetória do arquiteto Vilanova Artigas e as experiências de seus discípulos-dissidentes Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, batizadas de "arquitetura nova".
Esse é o argumento do livro "Arquitetura Nova", de Pedro Arantes. Com rigor histórico e clareza conceitual, articula uma história em que as discussões estéticas envolvidas são apresentadas. O ponto de partida são os anos 60. Com o regime militar, acirra-se o debate entre os arquitetos que, como Artigas, acreditavam nas possibilidades do desenho e da tecnologia e aqueles que, como o grupo da arquitetura nova, questionavam a alienação produzida pelo desenho na construção e propunham uma "pedagogia do canteiro".
Iluminando passado e presente, o livro é indispensável para compreender a história recente de nossa arquitetura.

Arquitetura Nova


    
Autor: Pedro Fiori Arantes
Editora: 34
Quanto: R$ 27 (256 págs.)




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