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Crítica/show
Faith No More empolga com energia e conversas em português
Banda é atração principal do festival Maquinária, que ocorre hoje em São Paulo
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO
Principal atração do festival Maquinária, que
acontece a partir das
14h30 de hoje na Chácara do
Jockey, em São Paulo, o Faith
No More fez anteontem no Rio
de Janeiro um show relativamente curto (não chegou a 90
minutos), mas poderoso.
Liderado pelo carismático
vocalista Mike Patton, o FNM
está escalado para subir ao palco do Maquinária às 21h30, logo após os também norte-americanos Jane's Addiction. Ainda há ingressos disponíveis
tanto para o Maquinária quanto para o Planeta Terra, outro
evento que acontece hoje em
São Paulo (leia texto ao lado).
Vestido com o visual "escritório" (com ternos e gravatas, à
exceção do baterista Mike Bordin) que tem marcado a atual
turnê, o Faith No More voltou
ao Rio 14 anos após sua última
passagem pela cidade.
A banda abriu a apresentação
de anteontem no Citibank Hall
com uma canção instrumental
climática -o tema do filme
"Perdidos na Noite" ("Midnight Cowboy")-, antes de
partir para a pancadaria que
daria o tom da noite, com o hit
"From Out of Nowhere" seguido da adequadamente intitulada "Be Aggressive".
Além da agressividade do
som, outra característica do
show foi a interação de Patton
com a plateia, em português.
"Essa próxima canção é dedicada ao meu primeiro amor.
Ela se chama Iris Lettieri", disse o vocalista, referindo-se à locutora do aeroporto internacional do Rio de Janeiro cuja
voz o encantou na primeira
vinda ao país (e foi usada em
um disco da banda).
Para ela, a banda tocou "Evidence", com refrão traduzido
para o português. Mais tarde,
viria a "brasileira" "Caralho
Voador", com citação da bossa
"Ela É Carioca". No meio disso,
várias saudações e palavrões na
língua do país.
Os anos a mais não reduziram a empolgação do quinteto,
que segue afiadíssimo, com
destaque para a combinação de
baixo (Billy Gould) e bateria
(Mike Bordin), que pesa toneladas em canções como "Last
Cup of Sorrow", "The Gentle
Art of Making Enemies" e "We
Care a Lot".
E, é claro, há Mike Patton, estrela e vocalista notável, que vai
dos agudos mais estridentes
aos graves do tipo "filme de
horror" sem esforço aparente.
O público -que misturava
adolescentes dos anos 90 com
teens atuais - se empolgou e
cantou os hits ("Epic ", "Easy",
"Midlife Crisis").
E a plateia conseguiu uma
proeza: no grito, convenceu a
banda a tocar o hit "Falling to
Pieces", que não tem entrado
no set list da atual turnê.
"Só porque estamos no Rio",
concedeu Patton, que, no entanto, errou o tempo e a letra da
música -precisou passar o microfone para Bordin-, o que
deixou a versão bem tosca.
No fim, o público ainda tentou ganhar mais uma no coro (a
cover de "War Pigs", do Black
Sabbath), mas não conseguiu.
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