São Paulo, sábado, 07 de novembro de 2009

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Crítica/show

Faith No More empolga com energia e conversas em português

Banda é atração principal do festival Maquinária, que ocorre hoje em São Paulo

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

Principal atração do festival Maquinária, que acontece a partir das 14h30 de hoje na Chácara do Jockey, em São Paulo, o Faith No More fez anteontem no Rio de Janeiro um show relativamente curto (não chegou a 90 minutos), mas poderoso.
Liderado pelo carismático vocalista Mike Patton, o FNM está escalado para subir ao palco do Maquinária às 21h30, logo após os também norte-americanos Jane's Addiction. Ainda há ingressos disponíveis tanto para o Maquinária quanto para o Planeta Terra, outro evento que acontece hoje em São Paulo (leia texto ao lado).
Vestido com o visual "escritório" (com ternos e gravatas, à exceção do baterista Mike Bordin) que tem marcado a atual turnê, o Faith No More voltou ao Rio 14 anos após sua última passagem pela cidade.
A banda abriu a apresentação de anteontem no Citibank Hall com uma canção instrumental climática -o tema do filme "Perdidos na Noite" ("Midnight Cowboy")-, antes de partir para a pancadaria que daria o tom da noite, com o hit "From Out of Nowhere" seguido da adequadamente intitulada "Be Aggressive".
Além da agressividade do som, outra característica do show foi a interação de Patton com a plateia, em português.
"Essa próxima canção é dedicada ao meu primeiro amor. Ela se chama Iris Lettieri", disse o vocalista, referindo-se à locutora do aeroporto internacional do Rio de Janeiro cuja voz o encantou na primeira vinda ao país (e foi usada em um disco da banda).
Para ela, a banda tocou "Evidence", com refrão traduzido para o português. Mais tarde, viria a "brasileira" "Caralho Voador", com citação da bossa "Ela É Carioca". No meio disso, várias saudações e palavrões na língua do país.
Os anos a mais não reduziram a empolgação do quinteto, que segue afiadíssimo, com destaque para a combinação de baixo (Billy Gould) e bateria (Mike Bordin), que pesa toneladas em canções como "Last Cup of Sorrow", "The Gentle Art of Making Enemies" e "We Care a Lot".
E, é claro, há Mike Patton, estrela e vocalista notável, que vai dos agudos mais estridentes aos graves do tipo "filme de horror" sem esforço aparente.
O público -que misturava adolescentes dos anos 90 com teens atuais - se empolgou e cantou os hits ("Epic ", "Easy", "Midlife Crisis").
E a plateia conseguiu uma proeza: no grito, convenceu a banda a tocar o hit "Falling to Pieces", que não tem entrado no set list da atual turnê.
"Só porque estamos no Rio", concedeu Patton, que, no entanto, errou o tempo e a letra da música -precisou passar o microfone para Bordin-, o que deixou a versão bem tosca.
No fim, o público ainda tentou ganhar mais uma no coro (a cover de "War Pigs", do Black Sabbath), mas não conseguiu.


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