São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2011

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CRÍTICA THE STROKES

Banda empolga com jukebox de hits, mas não ousa em nada

DE SÃO PAULO

O principal show do Planeta Terra mostrou o melhor e o pior do quinteto norte-americano The Strokes. Não que tenha apresentado altos e baixos. Apenas escancarou características da banda.
O show é bom, muito bom. Empolgante, de fazer a plateia pular em vários momentos. Sua força vem das canções inventivas, frutos de reciclagem do pós-punk nova-iorquino e de boas ideias.
O problema é que o Strokes esgota toda a sua criatividade no estúdio. Ao vivo, reproduz cada música exatamente como foi gravada. Até os solos de guitarra de Nick Valensi e Albert Hammond Jr. estão iguais nos álbuns.
Exceto por "Under Control", na qual mexeu um pouco, o Strokes fez tudo dentro do previsível nas outras 19 músicas do show.
Até as entonações do cantor Julian Casablancas repetem com fidelidade as que ele criou em estúdio. Assim, a apresentação vira uma jukebox com os sucessos da banda, privilegiando os dois primeiros discos do grupo, que realmente têm as músicas mais poderosas.
Com intervenção de Casablancas, visivelmente de bom humor -coisa rara na atual turnê-, o Strokes fez a lição de casa direitinho.
Abriu com "New York City Cops", do álbum de estreia, "Is This It" (2001), e em seguida mostrou as músicas mais populares dos dez anos de carreira da banda.
As extraídas do recente e mal recebido "Angles" são poucas, e ficaram mesmo as canções relevantes desse disco, como "Machu Picchu" e "Gratifiscation".
A predileção por "Is This It" é clara na escolha das músicas e em como são utilizadas no set list. "Last Nite" fechou a primeira parte do show. No bis, encerramento triunfal com "Hard to Explain" e "Take it or Leave it".
O público saiu feliz da vida do Playcenter. Mas o rock iria ganhar se o Strokes encostasse o caminhão de hits e saísse de sua zona de conforto. (THALES DE MENEZES)

THE STROKES
AVALIAÇÃO bom


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