São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2011

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Livro de jornalistas remonta história da MTV americana

"I Want My MTV" conta trajetória dos videoclipes aos reality shows

DWIGHT GARNER
DO "NEW YORK TIMES"

Como quase todo mundo que foi adolescente nos anos 1980, quando a MTV iniciou suas transmissões na TV a cabo, eu queria minha MTV.
A MTV trazia não só música mas também uma estética visual nova e agitada.
Isso é um prelúdio para dizer que sou o público alvo de "I Want My MTV: The Uncensored Story of the Music Video Revolution" (eu quero minha mtv: a história sem censura da revolução dos videoclipes), de Craig Marks e Rob Tannenbaum.
Se "I Want My MTV" não prende a atenção, a culpada é a própria MTV. Ela e seus canais subsidiários já decompuseram essa história tantas vezes que estamos familiarizados com boa parte do material apresentado.
Ainda assim, o livro é narcótico leve que cobre anos de glória (de 1981 a 1992).
A MTV começou a transmitir ao vivo em 1º de agosto de 1981. Mas foi só em 1983 que o canal entrou com tudo na consciência norte-americana.
As bandas que tiveram seus videoclipes exibidos naquele ano ficaram famosas da noite para o dia.
Os autores encorajam seus sujeitos a discorrerem sobre os precursores da MTV: o uso feito pelo diretor Mike Nichols de Simon e Garfunkel em "A Primeira Noite de um Homem" e a cena das motos de "Sem Destino" em que se ouve "Born to Be Wild".
Eles traçam a história corporativa da MTV e se espantam com seu modelo econômico: o canal convencia gravadoras e artistas a fazerem os clipes e os doarem à MTV.
Quando a emissora começou, existiam tão poucos videoclipes que havia dificuldade em encontrar conteúdo suficiente. Muitos dos primeiros clipes chegaram do Reino Unido, de gente como Duran Duran e The Police.
Os vídeos baratos deram lugar a vídeos caros. O canal converteu Madonna e Michael Jackson, o primeiro artista negro a receber exposição real na MTV, em grandes astros.
"Os clipes geraram trabalho para modelos da 'Playboy', coreógrafos, treinadores de animais, pirotécnicos, vendedores de gelo seco, de cocaína e anões (que tinham presença constante nos vídeos musicais)", escrevem.
O livro é repleto de mea-culpas de roqueiros dos anos 1980 que tinham penteados horrorosos ou fizeram clipes pavorosos, afetando suas carreiras de modo decisivo.
No final dos anos 1980, as bandas começaram a ficar sem ideias novas. A audiência da MTV diminuiu. E o rap ajudou por algum tempo.
Em 1992, a MTV fez sucesso com "The Real World", uma telenovela sem roteiro. Em pouco tempo os clipes viraram coisa do passado.
Hoje, você pode encontrá-los no YouTube, além das apresentações ao vivo, que são melhores que os vídeos.

Tradução de CLARA ALLAIN.

I WANT MY MTV
AUTORES Craig Marks e Rob Tannenbaum
EDITORA Dutton (608 págs.)
QUANTO US$ 29,95 (R$ 52,50) na Amazon.com


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