|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MoMA abriga os Campana
da Folha Campinas
Os irmãos Fernando e Humberto
Campana vão expor 14 peças de
criação própria no MoMA (Museu
de Arte Moderna de Nova York) de
27 de novembro até 19 de janeiro
de 99. É a primeira vez que designers brasileiros montam uma exposição no museu. As peças serão
expostas no térreo do MoMA.
O artista alemão Ingo Maurer,
especialista em iluminação de ambientes, participa da exposição
junto dos irmãos Campana.
A mostra integra um projeto do
museu dedicado a designers contemporâneos, o "Projects 66".
No dia 24, Fernando, Humberto,
Ingo Maurer e a curadora de design do MoMA, Paola Antonelli,
apresentam o projeto e a exposição
à imprensa norte-americana.
Entre as peças da mostra estão
cadeiras, poltronas, biombos, mesas e bancos. As 14 obras que vão
ao MoMA representam a produção dos irmãos entre 1992 e 98.
Segundo Fernando, suas obras
são confeccionadas com materiais
como papelão, plásticos e metais.
"A gente recoloca o material em
um ambiente em que ele não é habitualmente utilizado. Não existe
uma definição. É um trabalho de
forma, ergonomia, pesquisa de
materiais, sem uma tendência."
Os móveis dos designers têm
materiais próprios à produção industrial. "Não reinventamos nada.
As peças já existem, só damos um
novo olhar", diz Fernando.
O acervo da exposição terá dois
biombos, um deles em papelão
com aço, uma estante de metal,
uma mesa inflável, dois bancos e
oito cadeiras ou poltronas.
Algumas das cadeiras e poltronas são feitas com cordas de algodão coloridas, plásticos e tubos.
Os designers têm dois projetos,
um de cadeiras e outro de luminárias, utilizados em escala de produção industrial em uma fábrica
da Itália, a Edra/Mazzei.
A luminária "Estela", feita com
uma tela de borracha esponjosa,
também fabricada na Itália, é vendida no Brasil como produto importado por lojas especializadas
em decoração de São Paulo.
As peças dos designers valem entre R$ 28 e R$ 3.800, segundo Fernando. "Existem também as invendáveis, de valor único para
nós." A mais cara é a estante labirinto, que vai à exposição.
Os irmãos comercializam suas
peças em São Paulo, Belo Horizonte, no Rio e em Salvador.
"Nosso objetivo é vender para
todo o mundo, e expor no MoMA
talvez abra esse precedente. É um
processo contínuo: colocar um dado novo brasileiro representado
no exterior", disse Fernando.
Os designers têm trabalhos publicados em vários livros, catálogos e revistas nacionais e internacionais. Os dois têm um ateliê em
Santa Cecília, em São Paulo, e estão na cidade há 15 anos.
Fernando é formado em arquitetura e Humberto, em direito. Eles
moraram em Brotas (a 247 km de
São Paulo), onde ainda vive a família. São professores de design industrial na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
Já participaram de exposições no
Museu da Escultura, no Museu da
Casa Brasileira, no Masp (Museu
de Arte de São Paulo), na Itália, na
Alemanha, em San Francisco
(EUA), em Miami (EUA), e em
uma galeria de Nova York.
(MARCELO BARTOLOMEI)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|