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Corrupção feriu
credibilidade
da Reportagem Local
O comércio das indulgências
(perdão dos pecados oferecido pelo papado) praticado por muitos
papas, mas levado a extremos por
Leão 10º (1513-1521), conduziu a
Igreja Católica a uma de suas
maiores crises ao usar a venda de
indulgências para sustentar seus
principais desejos, como a reconstrução da basílica de são Pedro.
Leão 10º era filho de Lorenzo, o
Magnífico, o maior mecenas do renascimento e principal governante
da família florentina Medici.
Em 1517, Martinho Lutero, um
monge professor de teologia da
universidade alemã de Wittenberg, propôs um debate sobre a
fraude das indulgências, até então
pouco questionada, e publicou
suas "Noventa e Cinco Teses", onde condena tal comércio. As idéias
do monge se espalharam rapidamente, graças à recente tecnologia
da imprensa, e foram bem recebidas em grande parte da Europa.
Leão 10º tentou calá-lo. Em 1520,
publicou uma bula condenando os
ensinamentos do monge. Lutero a
queimou e disse ainda que seria
necessário queimar também o papa. Leão 10º o excomungou, mas
havia mais de um século o clero
alemão era hostil ao papado romano, e Lutero continuou sua pregação, que culminou na formação de
um vastíssimo território protestante no norte da Europa.
Lutero não foi o primeiro a condenar a corrupção dos Medici em
Florença. No final do século 15, o
dominicano Savonarola condenou
a vaidade do papado e identificou
o papa Alexandre 6º como anticristo. Teve grande repercussão,
mas acabou excomungado, enforcado e queimado em 1498.
(CF)
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