São Paulo, sábado, 7 de novembro de 1998

Texto Anterior | Índice

Weffort volta atrás na taxação de "lixo cultural" no cinema

PATRICIA DECIA
enviada especial ao Rio

Uma controvérsia -como qualificou o ministro da Cultura, Francisco Weffort- em torno das estatísticas sobre a exibição de filmes importados no país abortou a idéia de taxar o "lixo cultural" exibido nas salas de cinema brasileiras.
Em reunião do ministro com a comissão de cinema, ontem, no Rio, distribuidores, produtores e cineastas se colocaram contra a taxa e afirmaram que o Ministério da Cultura teve interpretação equivocada dos números.
A proposta do MinC estava baseada em relatório fornecido pelos distribuidores apontando que, dos 356 títulos exibidos no país em 97, mais de cem tiveram menos de 10 mil espectadores.
Pelo raciocínio do governo, propunha-se a elevação de uma taxa de registro, obrigando importadores a "pensar melhor" antes de comprar os filmes.
Segundo os representantes do cinema, nesse bolo estão filmes relançados, exibidos em mostras e festivais ou que foram importados e lançados no ano anterior, mas continuaram em cartaz durante um pequeno período de tempo no ano.
Rodrigo Saturnino Braga, diretor da distribuidora Columbia, afirmou que, na verdade, apenas 54 filmes importados e lançados em 97 tiveram menos de 10 mil espectadores.
Para o produtor Luiz Carlos Barreto, foi claramente "um erro técnico". Agora, o MinC vai rever os números para elaborar novas sugestões para a área.



Texto Anterior | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.