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Controvérsia sobre grafia de nome é histórica
DA REDAÇÃO
Euclides ou Euclydes? No
centenário de "Os Sertões", a
grafia do prenome do autor
é objeto de controvérsia.
A primeira, Euclides, é defendida por acadêmicos como Roberto Ventura, biógrafo do escritor e autor de
"Folha Explica Os Sertões"
(Publifolha), morto em
agosto. Para ele, a grafia antiga com "y" só se justifica
para sobrenome tradicional,
como Freyre, de Gilberto.
No caso de prenome, não
haveria endosso ao critério.
Entre os defensores da grafia original, Euclydes, está o
dramaturgo Ariano Suassuna. Em texto publicado na
Ilustrada em 2000, Suassuna
criticou os gramáticos que
"se meteram a mudar até os
nomes de pessoas mortas,
como Gregorio de Mattos", e
defendeu o respeito à ortografia antiga. "Principalmente no caso de meu Mestre, Euclydes da Cunha, que
detestou uma reforma que
os gramáticos fizeram em
seu tempo e cujo autógrafo
vi certa vez como quem olha
uma relíquia: era assim
-Euclydes da Cunha."
Segundo o colunista da
Folha Pasquale Cipro Neto,
a atualização de nomes próprios está definida no "Formulário Ortográfico" aprovado pela Academia Brasileira de Letras em 1943. O
documento determina a troca do "y" pelo "i" em todas
as palavras em português,
exceto os termos derivados
de nomes próprios estrangeiros (como "byroniano").
Mas ressalva o direito individual de manter a forma costumeira do nome próprio.
O "Manual da Redação"
da Folha recomenda que os
jornalistas grafem nomes
próprios "de acordo com o
registro oficial ou com a forma usada profissionalmente
pela pessoa, mesmo no caso
de pessoas já mortas".
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