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Roberto convida famosos para show
Especial reúne celebridades na platéia; Wanderléa e Marisa Monte cantam
Gravação do programa do Rei contou com a presença de Sônia Braga, José de Abreu, Fernanda Lima, Daniel Filho e Marcos Frota
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O rabo-de-cavalo superpuxado pra trás de Sônia Braga produz em seu rosto o efeito do revolucionário "years away" - fio
imperceptível que vai de uma
têmpora à outra do usuário, estica a pele do rosto e promete
remoçá-lo 20 anos em cinco
minutos.
"Conheço o Roberto desde 16
anos de idade, eu era amiga da
Martinha", disse Sônia, anteontem à noite, no Claro Hall,
Rio, antes do início da gravação
do especial de fim de ano da TV
Globo com Roberto Carlos.
No show, Roberto Carlos começa (atrasado) com "Emoções", recebe convidados, canta
15 músicas intercaladas por
textos lidos em um monitor
instalado no chão, e termina
com "Jesus Cristo".
"Tô pronta para o Réveillon.
Só vou desmontar agora em
2007", avisa Sônia Braga, depois de dizer a uma revista todas as grifes que está usando.
Outros bolinhos de repórteres ocupam-se de Dira Paes,
Joana Balaguer, Daniel Ávila,
José de Abreu, Narjara Tureta e
Fernanda Lima. Marcos Frota
diz "amo o Roberto" com uma
espécie de grasnar acompanhado de contorcionismo facial.
Daniel Filho diz que a maior
frustração de sua vida foi descobrir que Papai Noel existia,
aos três anos de idade. "Meus
pais estavam em uma fase difícil de grana, e me contaram. A
gente morava no Méier.."
"Méier aqui no Rio?", pergunta uma repórter.
"Conhece outro? Talvez em
Ohio, "The Mayer'", ele debocha, reforçando o sotaque.
Lá dentro, já sentados, estão
Benedita da Silva e Antônio Pitanga, ao lado de Claude Amaral Peixoto e Fernando Bicudo:
"Conheci o Roberto quando ele
tinha acabado um namoro com
a [atriz] Maria Gladys e compôs
"Quero que Vá Tudo Para o Inferno'", desenterra Pitanga.
Fãs de Ivete Sangalo ligam
para os filhos do celular e pedem à cantora, sentada na segunda fila, que lhes dê um
"Alô". "Alô, Eduardo? Aqui é
Ivete, tudo bem? Muito axé pra
você...Hein? Que Ivete?"
Crooners
O show começa com um
pout-pourri levado por um trio
de crooners -um rapaz de
smoking e duas moças de longo
preto. O rapaz parece, ao mesmo tempo, com o cantor Wando e o empresário Abílio Diniz.
RC entra, bate palmas para
todos, põe a mão no coração e
balbucia qualquer coisa. Duas
músicas depois, entram Erasmo Carlos e Wanderléa.
"Wandeeeeeecaaaa!", grita
Zé de Abreu, o primeiro a se levantar na platéia para bater
palmas quando o show começa.
Wandeca sopra uma beijoca.
Ela, RC e Erasmo cantam
"Amigo", e a produção projeta
um vídeo da época da jovem
guarda. Wandeca parece mais
jovem ao vivo. Os três se reúnem em uma almôndega.
Os convidados vão sendo
chamados. Agora é Marisa
Monte. Muito maior que Roberto Carlos, ela balança para
um lado e para o outro, os braços levantados, sem conseguir
decidir se vai apoiar o corpo no
pé direito ou no esquerdo.
Canta "Amor I Love You",
"Eu Te Amo", abraça RC nervosamente, dá dois pulinhos e sai
quase correndo do palco.
Roberto Carlos vai ler o próximo texto no monitor instalado no chão: ao inclinar ligeiramente a cabeça para baixo, seu
cabelo permanece duro na nuca, mas sobe no movimento de
uma gangorra.
"Aí veio a noite e, com certeza, à noite a gente faz planos...hehehe...planos para o dia
seguinte... (com os olhos fechados e a sobrancelha arqueada,
ele canta) Amanhã de manhã,
vou pediiiiir um café..."
Em seguida, a orquestra
manda um intermezzo otimista no estilo "Esporte Espetacular", e Roberto Carlos diz alguma coisa antes da entrada do
MC Leozinho. Os dois cantam
juntos incansavelmente "Se ela
dança, eu danço" (duas vezes);
Leozinho chora no meio.
Barraco
Entre o funk e "Cavalgada",
rola um barraco na fileira de
trás. Uma mulher briga com o
marido por causa de outra, que
ela chama de "puta véia" e está
sentada ao lado dele.
"Marcele, minha filha, você
dá muito mole pr'esse homem", diz a mãe da moça, com
forte sotaque carioca, enquanto o genro está no toalete. "Deixa ele olhar, você é muito mais
do que isso", continua a sogra.
RC fala "da importância das
parcerias, e da mais importante
das parcerias: no amor": "Vocês
sabem de quem eu estou falando, é da Maria Rita".
"Ih, essa música é muito chata", diz o aposentado Sergio Vita, 62. Como a orquestra não
está no mesmo compasso, Roberto repete o texto duas vezes.
Falta pouco: Roberto Carlos
brinca com a música "É Preciso
Saber Viver": "Quem espera
que a vida seja feita de ilusão....Tá ferrado, hehehe". "É
isso aí!", grita a mãe de Marcele,
na fileira de trás.
Para encerrar, texto de Natal
e "Jesus Cristo! Jesus Cristo!
Jeeeesus Cristo eu estou
aqui!"", 27 vezes, até onde a reportagem contou.
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