São Paulo, Sábado, 08 de Janeiro de 2000


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J. Silvestre morre aos 77 anos nos EUA

da Reportagem Local

e do Banco de Dados

O jornalista e apresentador de TV João Silvestre -conhecido como J. Silvestre- morreu ontem pela manhã, aos 77 anos, em Fort Lauderdale (Flórida, EUA), onde morava. A morte é consequência de uma doença degenerativa nos pulmões.
Silvestre estava internado havia cerca de três meses no hospital Holy Cross para o tratamento da doença. Nos últimos dias, ele já não podia movimentar-se e respirava com a ajuda de aparelhos.
O corpo do apresentador será cremado amanhã, nos EUA, e suas cinzas serão jogadas no mar. Silvestre era casado com Nívea, 70, e tinha quatro filhos.
Para Homero Salles -que hoje dirige o programa "Escolinha do Barulho", exibido pela TV Record-, Silvestre era o "último dos grandes apresentadores da TV, grupo que incluía Flávio Cavalcanti e Blota Jr.". Salles dirigiu o programa "Domingo Milionário", na extinta TV Manchete, em 1997. Foi o último programa de J. Silvestre na televisão.
J. Silvestre foi um dos pioneiros da televisão brasileira. Ele apresentou o programa inaugural da extinta TV Tupi, em 1950, e ganhou fama com "O Céu É o Limite", que apresentou por quase 20 anos em diversas emissoras.
A atração, que teve vários nomes, estreou na TV Tupi em 1957, passou para a TV Rio em 1960 e voltou à Tupi em 1968, onde permaneceu até 1972. Reformulado, teve novas versões no SBT (na época TVS), em 1982, e na Bandeirantes, de 1983 a 1986.
A carreira de Silvestre teve início em 1941, na rádio Bandeirantes de São Paulo, quando passou por todas as funções, "menos a de cantor", segundo ele próprio.
Em 1945, mudou-se para o Rio, para trabalhar na rádio Tupi. Dois anos depois, voltou para São Paulo, contratado pela rádio Cultura, passando a apresentar o programa "Quem Sabe Mais, o Homem ou a Mulher?".
De volta à Tupi, em 1950, participou da inauguração da primeira emissora de televisão do país.
Em 1953, escreveu e protagonizou a novela "Meu Trágico Destino", transmitida ao vivo. O programa contava ainda com Francisco Cuoco e Armando Bogus no elenco.
Em seguida, apresentou diversos programas de sucesso. Além de "O Céu É o Limite", fez "Do Zero ao Infinito", "O Riso É o Limite" e "J. Silvestre e os Milhões".
Em 1972, desligou-se da Tupi e da televisão para só voltar cinco anos mais tarde, quando apresentou na mesma emissora o talk show "J. Silvestre". Ainda em 77, publicou o livro "Como Vencer na Televisão".
Longe da TV, ocupou a presidência da Radiobrás em 1979. Deixou o cargo em julho do mesmo ano, depois de divergências com o então ministro da Comunicação Social, Said Farhat.
O afastamento da TV terminou em 1982, quando Silvio Santos o contratou para exibir o programa "Show sem Limite".
No ano seguinte, mudou-se para a Bandeirantes, onde apresentou as atrações "Programa J. Silvestre", "Essas Mulheres Maravilhosas" e "Porque Hoje é Sábado".
Em 1986, deixou a emissora e voltou a viver na Flórida, onde já havia morado na década de 70.
Silvestre teve ainda uma passagem pela Manchete em 1997, no programa "Domingo Milionário", no qual apresentava novas versões de quadros antigos.


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