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J. Silvestre morre
aos 77 anos nos EUA
da Reportagem Local
e do Banco de Dados
O jornalista e apresentador de
TV João Silvestre -conhecido
como J. Silvestre- morreu ontem pela manhã, aos 77 anos, em
Fort Lauderdale (Flórida, EUA),
onde morava. A morte é consequência de uma doença degenerativa nos pulmões.
Silvestre estava internado havia
cerca de três meses no hospital
Holy Cross para o tratamento da
doença. Nos últimos dias, ele já
não podia movimentar-se e respirava com a ajuda de aparelhos.
O corpo do apresentador será
cremado amanhã, nos EUA, e
suas cinzas serão jogadas no mar.
Silvestre era casado com Nívea,
70, e tinha quatro filhos.
Para Homero Salles -que hoje
dirige o programa "Escolinha do
Barulho", exibido pela TV Record-, Silvestre era o "último
dos grandes apresentadores da
TV, grupo que incluía Flávio Cavalcanti e Blota Jr.". Salles dirigiu
o programa "Domingo Milionário", na extinta TV Manchete, em
1997. Foi o último programa de J.
Silvestre na televisão.
J. Silvestre foi um dos pioneiros
da televisão brasileira. Ele apresentou o programa inaugural da
extinta TV Tupi, em 1950, e ganhou fama com "O Céu É o Limite", que apresentou por quase 20
anos em diversas emissoras.
A atração, que teve vários nomes, estreou na TV Tupi em 1957,
passou para a TV Rio em 1960 e
voltou à Tupi em 1968, onde permaneceu até 1972. Reformulado,
teve novas versões no SBT (na
época TVS), em 1982, e na Bandeirantes, de 1983 a 1986.
A carreira de Silvestre teve início em 1941, na rádio Bandeirantes de São Paulo, quando passou
por todas as funções, "menos a de
cantor", segundo ele próprio.
Em 1945, mudou-se para o Rio,
para trabalhar na rádio Tupi.
Dois anos depois, voltou para São
Paulo, contratado pela rádio Cultura, passando a apresentar o
programa "Quem Sabe Mais, o
Homem ou a Mulher?".
De volta à Tupi, em 1950, participou da inauguração da primeira emissora de televisão do país.
Em 1953, escreveu e protagonizou a novela "Meu Trágico Destino", transmitida ao vivo. O programa contava ainda com Francisco Cuoco e Armando Bogus
no elenco.
Em seguida, apresentou diversos programas de sucesso. Além
de "O Céu É o Limite", fez "Do
Zero ao Infinito", "O Riso É o Limite" e "J. Silvestre e os Milhões".
Em 1972, desligou-se da Tupi e
da televisão para só voltar cinco
anos mais tarde, quando apresentou na mesma emissora o talk
show "J. Silvestre". Ainda em 77,
publicou o livro "Como Vencer
na Televisão".
Longe da TV, ocupou a presidência da Radiobrás em 1979.
Deixou o cargo em julho do mesmo ano, depois de divergências
com o então ministro da Comunicação Social, Said Farhat.
O afastamento da TV terminou
em 1982, quando Silvio Santos o
contratou para exibir o programa
"Show sem Limite".
No ano seguinte, mudou-se para a Bandeirantes, onde apresentou as atrações "Programa J. Silvestre", "Essas Mulheres Maravilhosas" e "Porque Hoje é Sábado".
Em 1986, deixou a emissora e
voltou a viver na Flórida, onde já
havia morado na década de 70.
Silvestre teve ainda uma passagem pela Manchete em 1997, no
programa "Domingo Milionário", no qual apresentava novas
versões de quadros antigos.
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