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O ano Villa-Lobos
No cinquentenário de sua morte, compositor
é homenageado com exposições, concertos
e lançamentos no Brasil e no mundo
BBC - mar.49/Divulgação
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O músico rege a Orquestra Sinfônica da BBC, em 1949
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A data exata é apenas 17 de
novembro, mas as homenagens
pelos 50 anos da morte de Heitor Villa-Lobos já estão acontecendo. De Londres a Tóquio,
passando pelas principais capitais brasileiras, o que não falta
são concertos com obras de
nosso maior músico erudito.
No Rio, cidade natal do compositor, o pianista Luis Carlos
Moura Castro dá recital amanhã, na série Música nos Museus, que abrirá grande espaço
à obra de Villa-Lobos.
Na mesma data, o maestro
John Neschling rege a Filarmônica de Varsóvia, na capital polonesa, em um programa iniciado com os "Choros nº 6".
"Em duas semanas estarei dirigindo a Orquestra Nacional
da Grécia, e meu solista será o
Antonio Menezes, com o "Concerto para Violoncelo" do Villa.
Portanto, vamos comemorando", diz Neschling, cuja integral
dos "Choros" vem sendo aclamada pela imprensa internacional e que programou uma
série de obras do compositor
para a Osesp tocar neste ano.
Não será a única orquestra
brasileira a fazê-lo. A Filarmônica de BH, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (Brasília), a Sinfônica Municipal de Campinas e a
OSB (Rio) são outros grupos
que incluem peças de Villa-Lobos em sua temporada.
Em fevereiro, a soprano
Adriane Queiroz canta as "Bachianas Brasileiras nº 5" na
Staatsoper de Berlim; em maio,
Roberto Tibiriçá faz apresentações comemorativas em Portugal e na Venezuela, enquanto,
em agosto, Roberto Minczuk
vai ao Japão, para um concerto
incluindo cinco das nove "Bachianas Brasileiras". No mesmo mês, o Cuarteto Latinoamericano faz, na Cidade do México, a integral dos quartetos de
cordas do compositor.
Ano da França
O maestro e oboísta Alex
Klein, que regeu aquele que
possivelmente foi o primeiro
concerto de Villa-Lobos do ano
(no dia 3, em Portugal), pretende cruzar a efeméride, em junho, no festival Oferenda Musical, que acontece em São Paulo,
dentro das comemorações do
Ano da França no Brasil.
"Villa-Lobos, apesar de ter
chegado "já feito" em Paris, foi
ainda muito influenciado pelo
movimento musical francês da
época, e influenciou a França
com seu próprio brasilianismo
individual", afirma.
Nelson Freire começa em
Paris, no dia 23, uma série de
recitais de piano solo por capitais europeias, incluindo, ao lado de Brahms, Schumann, Chopin e Debussy, obras de Villa-Lobos, como as "Cirandas" e
"Dança do Índio Branco".
"Esta última finalizou muitos recitais meus quando era
criança, entre 1956 e 1959. Depois disso, nunca mais toquei.
Foi uma redescoberta", diz.
Cristina Ortiz também vai
tocar Villa-Lobos na Europa.
Além de Itália, Suíça e Inglaterra, executa o "Momoprecoce"
com a Banda Sinfônica do Estado de SP, em junho; faz apresentações em BH; e fecha o ano
na Espanha, ao lado do violoncelista Antonio Meneses.
O Museu Villa-Lobos, no Rio,
abriga, em março, uma exposição de fotos, filmes, documentos e partituras, e organiza, em
novembro, seu tradicional festival de tributo ao compositor.
DVDs e antologia
O ano prevê ainda o lançamento dos DVDs "Alma Brasileira", de Marcelo Bratke, pela
Biscoito Fino, em fevereiro, e
da Sinfônica do Teatro da Paz
(Belém), sob regência de Mateus Araújo, em março, com as
"Bachianas Brasileiras nº 7".
Na área editorial, a Academia
Brasileira de Música e a Funarte preveem para o mês de fevereiro o lançamento de uma edição revista, em quatro volumes,
do "Guia Prático" -uma antologia de cantos folclóricos, hinos, temas ameríndios e peças
do repertório universal recolhidos, selecionados e arranjados por Villa-Lobos, para uso
educacional.
E, no segundo semestre, a
Publifolha deve lançar "Folha
Explica Villa-Lobos", do violonista Fabio Zanon. "O universo
sonoro de Villa-Lobos é uma
coisa arrasadora, que esmaga
qualquer questiúncula sobre
seu alinhamento com a questão
de nacionalidade ou com os cânones formais", afirma.
"Nossa ideia de Brasil seria
muito mais pobre sem a leitura
efetuada por Villa-Lobos de
nosso patrimônio musical."
LUIS CARLOS MOURA CASTRO
(PIANO)
Quando: amanhã, às 15h
Onde: Centro Cultural da Justiça Federal (av. Rio Branco, 241, Rio, tel. 0/xx/
21/3261-2550)
Quanto: grátis
Classificação: livre
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