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Crítica/ "Alvin e os Esquilos 2"
Efeitos de computação não salvam comédia asséptica
ANDRÉ BARCINSKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se, no futuro, alguma inteligência superior extraterrena achar nos escombros da Terra um DVD de
"Alvin e os Esquilos 2", poderá
tirar algumas conclusões: a) em
2010, as crianças terráqueas
eram todas lindas, com estruturas ósseas perfeitas e penteados transados; b) as escolas não
tinham alunos gordinhos nem
com aparelho nos dentes; c) o
sonho de toda criança era cantar e dançar como a Britney
Spears; d) os adolescentes eram
seres não verbais que passavam
todo o tempo jogando videogame e comendo pizza.
"Alvin e os Esquilos 2" é mais
um hambúrguer na linha de
fast food cinematográfico de
Hollywood, sempre de olho no
lucrativo mercado infantil e
adolescente.
O filme traz visão
asséptica e supostamente idealizada da infância: a escola parece um shopping, onde desfilam modelos da revista "Capricho"; as crianças são ultracompetitivas, seja no esporte, onde
fracotes são ridicularizados e
os valentões ficam com as garotas, ou nas "artes", quando uma
competição de talento musical
traz artistas mirins que clonam
o que há de mais rasteiro na
música pop, como Rihanna ou a
já citada Britney Spears.
Continuação de um grande
sucesso de 2007 sobre um trio
musical composto por esquilos,
"Alvin e os Esquilos 2" é uma
comédia cuja tentativa de humor se resume a mostrar adultos sendo ridicularizados ou tomando tombos espetaculares.
A destreza técnica e os efeitos de computação gráfica não
salvam um infantil sem um
pingo de graça nem encantamento. Infelizmente, deve lotar cinemas de shoppings.
ALVIN E OS ESQUILOS 2
Direção: Tim Hill
Produção: EUA, 2009
Com: Jason Lee, David Cross
Onde: Cine TAM, Plaza Sul Playarte e circuito
Classificação: livre
Avaliação: ruim
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