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GASTRONOMIA
"Bíblia do vinho' elege os 100 melhores
JORGE CARRARA
Colunista da Folha
A revista norte-americana "Wine Spectator" acaba de escolher os
melhores vinhos do mundo em
1998, e algumas dessas garrafas podem ser encontradas no Brasil. A
Folha selecionou sete delas e indica os lugares você pode comprá-las (veja quadro nesta página).
A edição deste mês da "bíblia do
vinho" nos EUA traz três rankings
com os cem melhores vinhos do
ano passado (50 tintos, 40 brancos
e dez doces, de sobremesa) -escolhidos entre todos os que foram
avaliados pela sua equipe por terem a melhor relação entre qualidade, preço e disponibilidade no
mercado dos Estados Unidos.
Considerada a principal revista
dos EUA na sua área, a "Wine
Spectator" integra -ao lado de
outras como a inglesa "Decanter"
e a francesa "Revue du Vin de
France"- o seleto time das melhores publicações de vinhos e destilados do planeta.
Dentre os cerca de 4.000 vinhos
publicados nas suas páginas em
98, nove editores da "Wine" selecionaram os cem melhores do ano
considerando, além da sua relação
custo-benefício, a disponibilidade
dos vinhos no território americano (este último, convenhamos, um
quesito um tanto obscuro para o
leitor, e que às vezes acaba deixando mal colocados vinhos com ótimo preço e qualidade).
²
US$ 450 por 500 ml
No cômputo geral, os exemplares norte-americanos obtiveram o
maior número de destaques (40,
dos quais 36 oriundos da Califórnia, principal província vinícola
do país), seguidos de perto pelos
franceses, com um total de 34 vinhos, metade deles nascidos nas
famosas regiões de Bordeaux e
Borgonha, e a certa distância pelos
italianos (com 8 tintos classificados). Os goles gauleses, porém,
venceram nas três categorias.
O Château Ducru-Beaucaillou
95, um "cru" da comuna de Saint
Julien, na região de Bordeaux (que,
junto com outros tintos da lista,
pode ser encontrado no Brasil), ganhou a medalha de ouro no departamento dos goles rubros e obteve
também o titulo de "Wine of the
Year", galardão conferido ao melhor vinho do ano.
Em segundo lugar, consta um
peso-pesado bordalês, o famosíssimo (e habitualmente delicioso)
Château Margaux, também 95, ano
que brindou a região com a primeira colheita de alta qualidade
desde a espetacular safra de 90,
permitindo que esses tintos fantásticos voltassem a atingir todo o seu
esplendor (nove dentre os 50 tintos destacados são de Bordeaux).
O bronze foi para o igualmente
francês Cornas 96 (tinto de uva
Syrah da região do Rhône, sudoeste do país), de Auguste Clape, um
renomado produtor que modela
vinhos densos, muito encorpados
e concentrados.
Na ala dos brancos, a uva Chardonnay dominou completamente
o pódio. O primeiro prêmio foi outorgado a um borgonha, o Chablis
"Les Clos" 96, do Domaine Laroche. O segundo foi para um Chardonnay da Califórnia, o Beringer
Private Reserve 96, modelado pelo
"winemaker" americano Ed Sbragia, que assina também belíssimos
tintos (a edição 94 do seu Beringer
Private Reserve, um dos melhores
Cabernet Sauvignon californianos,
ganhou nota 95/100 e a 9ª posição
entre os rubros). O Domaine Leflaive, também da Borgonha, completou o trio vencedor com seu Puligny-Montrachet "Clavoillon" 95.
Entre os vinhos de sobremesa, o
troféu máximo foi para o Domaine
des Baumard 96 (Quarts de Chaume), branco de uva Chenin Blanc
dos vinhedos do Vale do Loire.
Em segundo lugar ficou um
Chardonnay austríaco (Kracher
Nouvelle Vague nº 13), e em terceiro, uma das decepções da seleção:
o Chateau Pajzos Tokay Esszencia
93, um vinho húngaro avaliado
com nota 99/100.
Afinal, tanto ele como outros vinhos na sua faixa de preço (a bagatela de US$ 450 por 500 ml) deveriam ter uma performance, no mínimo, perfeita.
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